Medidas avulsas anti-crise
- Reavaliação das políticas sociais tendentes a pôr cobro aos bairros degradados;
- Imposição do plano «Comer bem é mais barato» a todos os lares;
- Criação de um gabinete interministerial que trabalhe com afinco na campanha «Como viver do ar»;
- Lançamento da campanha «Uma sardinha dá para sustentar uma família»;
- Encomendar estudos científicos que demonstrem ser ruinoso para a saúde comer mais que uma vez por dia;
- Realização duma conferência internacional «Bula apenas no trabalho», cujo principal orador seria o guru Prahlad Jani que não se alimenta, há mais de 7 décadas;
- Promoção da alimentação crudívora;
- Incremento à produção de hortícolas nas varandas e marquises;
- Encerramento de matadouros, aviários e outros estabelecimentos de abate de animais comestíveis;
- Extensão das prestações das casas por pagar a até ao fim da crise;
- Promoção campanhas de sensibilização sobre as vantagens da imigração para aos países de partida;
- Promoção da caça aos gambuzinos;
- Constituição de brigadas que, à falta do tgv, possam marrar com o comboio de Chelas;
- Substituição dos recibos verdes por amarelos;
- Transformação dos centros comerciais a centros de peregrinação ou monumentos nacionais;
- Lançamento de uma campanha de sensibilização no sentido de induzir nas profissões liberais à declaração dos rendimentos de facto conseguidos;
- Lançamento de uma campanha de sensibilização no sentido de induzir os gancheiros a passar facturas dos serviços prestados;
- Regulamentação dos subalugueres, com vista a ganhos de operacionalidade;
- Regulamentação do regime de gorjetas nas casas comerciais e sua proibição nos serviços governamentais;
- Promover a entrega de ouro usado nas repartições oficiais, para alívio da dívida soberana;
- Encorajar o regresso ao velho chaço, às calças remendadas, às meias solas nos sapatos, aos candeeiros de petróleo e à comidinha feita a lenha, com oferta de um cd que contenha, entre outras melopeias, o fado «Ó tempo, volta para trás!»;
- Lançar campanha pela redução das práticas sociáveis de grande consumo calórico;
- Certificar a prática diária de actos de caridade;
- Triplicar a dose de eventos desportivos, concursos de filarmónicas, festivais de folclore e de piqueniques nas baixas das cidades e nos altos das serras;
- Organização de concursos sobre a obra do Camões, para reanimar a auto-estima,
- Lançar campanhas de alindamento de caminhos vicinais, monumentos naturais e nacionais destinadas a arrumadores de automóveis, beneficiários do rendimento mínimo e reformados de favor.
- Aconselhar a adopção do triplo emprego;
- Dirigir as famílias privadas de habitação para as aldeias-fantasmas;
- Ampliar os poderes da Autoridade Nacional da Protecção Civil no combate à inflação;
- Erradicação de feriados e férias e multas às entidades que se atrevam a pagar subsídios;
- Abolir todos os direitos laborais, com excepção da obrigatoriedade cívica de trabalhar;
- Promover o pagamento coercivo das dívidas ao fisco;
- Vedar as férias a quem não tenha comprovadamente rendimentos elevados;
- Reduzir a pegada ecológica aos níveis do século da nacionalidade;
- Prometer o céu ou a reforma, em alternativa;
- Combater na estranja a falsificação de produtos nacionais;
- Pôr o jet set a publicitar gratuitamente marcas portuguesas a criar;
- Tornar obrigatório nas escolas o ensino de combate à corrupção explícita e velada;
- Embelezar os espaços habitados e promover cursos de saber rir perante a desgraça da gente.