Com publicidade e com bolos…
O perito elaborou 3 questões que muito interessavam à ética e à moral das tropas do jardim plantado à beira-mar. Havia que separar as águas da coisa pública que estavam a ficar muito turvas. Em tempos de crises, não se escolhem armas, mas haja quem as tente limpar. Se bem o pensou, melhor o fez.
Veio a primeira pergunta: o seleccionador faz publicidade paga, antes da justa. E pode? Assim mesmo, sem tirar nem pôr. Os sábios do folgado feudo fizeram um reparo: uma questão objectiva não pode ser impertinente. Tecnicamente a questão estava bem elaborada, mas subjazia ali um juízo de valor. Havia que erradicá-lo. A pergunta ficou redigida nestes termos finais: é legítimo ao seleccionador fazer publicidade? Os telefones crepitaram, as caixas de correio da net entupiram, as redes sociais quase colapsaram, porém a sondagem à opinião pública efectivou-se, no prazo previsto de 12 horas. A maioria respondeu que sim, apesar de acrescentar, em post scriptum, que a maquia envolvida na campanha melhor seria empregue na redenção de toda a banca, do banco da III Pessoa, em particular, e de um banco de jardim, a indicar. Assim foi feito.
À primeira segue-se a segunda pergunta: os jogadores da selecção fazem publicidade paga, antes e durante o torneio. E podem? Assim mesmo, sem tirar nem pôr. Os sábios do feudo folgazão fizeram um reparo: uma questão objectiva pode ser impertinente? Tecnicamente a questão estava bem elaborada, mas subjazia ali um juízo de valor. Havia que suprimi-lo. A pergunta ficou redigida nestes termos finais: é legítimo a um seleccionado fazer publicidade? Os telemóveis zuniram, os ipods e ipads confundiram-se, as consolas empancaram, no entanto a sondagem pública avançou, no prazo previsto de 12 horas. A maioria respondeu que sim, apesar de acrescentar, em nota de rodapé, que a maquia envolvida na campanha melhor seria canalizada para a reabilitação dos bancos alimentares, de esperma e de órgãos. Assim foi feito.
À segunda segue-se a terceira: os ex-jogadores da selecção fazem publicidade antes, durante e depois da liça. E podem? Assim mesmo, sem tirar nem pôr. Os sábios do feudo folclórico fizeram um reparo: uma questão objectiva pode ser impertinente? Tecnicamente a questão estava bem elaborada, mas subjazia ali um juízo de valor. Havia que desarraigá-lo. A pergunta ficou redigida nestes termos finais: é legítimo a um ex-seleccionado fazer publicidade, à conta dos golos da selecção? Foram feitas abordagens rápidas nas ruas, nos cafés, nas habitações, que não nos locais de trabalho, bastante vazios por aqueles dias, mas o inquérito lá se cumpriu, no prazo previsto de 12 horas. A maioria respondeu que sim, apesar de acrescentar, em anexo, que a maquia envolvida melhor seria destinada à redenção dos bancos de suplentes, dos hospitais e de dados. Assim foi feito.
Ficou escrito na constituição do feudo folgado, folgazão e folclórico que nunca mais se produza documento por quem quer que seja, sem uma mensagem publicitária.