A – Por que razão há países que não saem da cepa torta? Muitos tratados foram admiravelmente compostos sobre a temática. No fim, uns inclinam-se mais para variantes de insuficiências democráticas, outros para variedades de deficiência financeira, outros para matizes de défice de conhecimentos. Alguém não se quedou pelas meias-medidas e proclamou, alto e bom som: a culpa do subdesenvolvimento deve ser atribuída aos países ricos e um pouco menos aos países emergentes. Foi o bom e o bonito…
B – Por que razão certas e determinadas agremiações desportistas não empregam praticamente cidadãos nacionais nas suas equipas? A maioria das conjecturas aponta ou para a falta de oportunidades dos nativos, ou para a desvalorização das compras estrangeiras e a valorização das, ou para a falta de uma política patriótica do desporto (vulgo ppd), na esteira do que é nacional é bom. Alguém não se quedou pelas meias-medidas e proclamou, alto e bom som: a culpa é da globalização e um pouco menos da regionalização. Foi o bom e o bonito…
C – Por que razão uma atleta abandona o centro de estágio, de armas e bagagens, pela porta do cavalo? Fala-se de falta de respeito, de desconsideração ou mesmo de perrice, à boa maneira da malta do showbiz estadunidense que levanta o cu da cadeira, quando se sente provocada, em directo. Alguém não se quedou pelas meias-medidas e proclamou, alto e bom som: a culpa advém sobretudo do mercenarismo, da defecção, e um pouco menos da desertificação, podendo a solução estar no ponto médio das três variávei. Foi o bom e o bonito…
D – Por que razão o chefe se atira mais, como gato a bofe, à arrecadação de receitas e menos à contenção de despesa, quando se bateu pelo contraditório? Surgiram teorias belicistas, estilo «a dívida declarou guerra à gente»; despontaram também as de cariz gastronómico, estilo «não há almoços grátis»; outros peritos ainda deram paternidade a conjecturas de cariz social, estilo «não há nada para ninguém». Alguém sugeriu que se fizesse aparecer medidas legais contra corruptos e corruptelas. Foi o bom e o bonito…
E- Por que razão as depressões aumentam na ordem directa da diminuição das regalias sociais? Fala-se da redução da auto-estima, da propensão para as rixas e até há quem lembre a famosa teoria de «casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». Alguém sugeriu que faz falta uma campanha nos mídia para levantar o moral das tropas, ou a realização de uma conferência internacional para a qual sejam convidadas apenas vítimas da crise. Foi o bom e o bonito…
F – Por que razão as sublevações encetadas em países da África branca e do Próximo e Médio Oriente são recebidas com expectativas reservadas no ocidente? As conjecturas não se têm alheado das teorias da conspiração basilares, tipo jogo de sombras, teatro de sombras chinesas e mesmo de ensombros com origem nos depósitos pós-diluvianos do ouro negro. Alguém preferiu ler nos acontecimentos a infalibilidade do avanço do ecumenismo, para mais tarde dar o dito pelo não dito, argumentando que aquela era mais uma manifestação que o fim do mundo chegará mesmo em 2012. Foi o bom e o bonito…