Zaranza
Um ancião disse que um herói que virou mito e lenda gostava de homenagear Baco, pelas manhãs e tardes todas. O ancião acabava de violar a norma que impõe o uso de paninhos quentes, quando nos pronunciamos sobre figuras míticas, mitológicas, mítico-religiosas, com direito a panteão. Sobrevieram homenagens de desagravo múltiplas. O ancião recolheu à travessa do Fala-Só, onde clínico abalizado lhe descobriu pedra no sapato. Terá que evitar idas à beira-mar, ou tribunas muito frequentadas.
Manobra de diversão
Constou junto de certos média (nada tinham a ver com o assunto) que os mais renomados opositores aos cortes de pensões eram eles próprios reformados. Fica-lhes mal ser juiz em causa própria, em época de nojo… Um voyeur que confessou ter sido antes paparazzo montou o estaminé de observação perto de uma caixa multibanco onde sabia que, no dia x de cada mês, um desses criticastros ia pôr as mãos na massa. Vindo da prestação de prova de vida, o criticista cumpre o ritual e logo dirige os seus passos à livraria mais próxima (olá, aqui há gato!), onde foi visto a adquirir livros de oferta, até ao último cêntimo da pensão. E foi um ver-se-te-avias, por parte de certos média (que dantes não eram tidos nem achados no assunto), no encalço do criticador, a ver quem seria o primeiro a avença-lo.
Macanjo
Era moço novo, mas costumava defender a máxima que antigamente é que era bom. Tanto bastou para que o vissem como seguidor acérrimo de velhos preceitos, de velhas sebentas e de doutrinas retro, um apaniguado da outra senhora, tout court. O moço cresceu em estatura física, a moral e a intelectual não chegaram ficaram a milhas, paciência, não se pode ter tudo na vida. Fez-se moço de fretes, marçano e paquete e foi um pau! Em dia de festa rija, quando praticava paraquedismo, estatelou-se sobre o prédio que alberga a presidência da junta, vindo a malhar com os ossos e mais tarde a alapar-se no cadeirão do presidente. Tem sido o cabo dos trabalhos para tirá-lo de lá.
Pano para mangas
Era dia de greve e aquela senhora estava inconformada com o facto de não poder valer-se do passe social. Quem quer fazer greve que a faça, cada um sabe de si, mas vão chatear lá os chefes e patrões deles e que nos deixem em paz. O meu patrão é bem capaz de fazer descontos pelo atraso, na pior das hipóteses sou acusada de desadaptada à missão a cumprir no posto e acabo na reforma com 2 tostões de mel coado. Não lhe posso dar esse gozo e não estou ainda para aí voltada, tenho família a sustentar. Merecem ser repensadas estas paralisações, são sempre os mesmos e tantas as vezes que os grevistas estão a pedi-las. Pago pelo transporte e vejo-me metida em assados, não pode ser. Nisto, um curioso que cocava a entrevista que a senhora dava a um canal de rádio, perguntou por perguntar se a entidade patronal dos grevistas estaria a cumprir com as démarches que lhe estão acometidas, nestas circunstâncias. Viola no saco, que se acabou a conversa...
Preservação sistémica
Todos os dias, aqui e em largas partes do mundo, são atirados a enxaguões, montureiras e aterros sanitários, toneladas incalculadas de alimentos, como peixe, por exemplo. Se não obedecem aos normativos da comercialização e das capturas, fora! Todos os dias se perdem nas cantinas de escolas e nos restaurantes um número incalculável de refeições que correspondem a muitas toneladas de alimentos. E ninguém acode a semelhante desperdício. Em equipa que joga bem não se mexe…