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oitentaeoitosim

31
Mar14

Mais à própria (um)

Jorge

Pegue-se em:

i -  Bruxas, diabos, feiticeiros, nigromantes, faunos, super-heróis e santos.

ii - Adivinhação, astrologia, cartomancia, feng shui e outras geomancias, quiromancia nigromancia, tarot, curandeirismo, xilolatria, zoolatria, androlatria, astrolatria e outras artes obscuras e religião.

iii - Destino, poder invisível dos astros, poder invisível da magia, poder invisível dos espíritos e pecados, poder tutelar de numes e deidades.

iv - Rezas, curas, esconjuros, encantamentos, pragas, maldições, rituais e praxes.

v -  Lendas, mitos, ídolos, poções, receituários, preceituários, liturgias, fetichismos, práticas de vida e crenças.

 

Juntese-lhes estoutros quesitos:

a –Estágio do conhecimento e reconhecimento e/ou questão de fé.

b - Arma de ataque e/ou estratégia de defesa.

c - Formulário de alienação e/ou maneirismo de preservação.

d - Variante de escondarelos e/ou variante do jogo de espelhos.

 

Que temos? 

Uma justificação da ordem e do progresso…

 

 

26
Mar14

Isto não dá para todos (V)

Jorge

. Os preços de marijuana no mercado paralelo, comum, alternativo ou negro, como se queira, poderão vir a sofrer alterações, no curto prazo, não por razões de procura, mas de outra oferta. O composto resultante da queima de folhas e pétalas de hortênsias secas ou secadas, ao que parece, poderá ombrear em efeitos alucinogénios com a marijuana. São alemães que o asseveram e quando a Alemanha espirra meio mundo se constipa…

Por isso estão em perspetiva grandes negócios para as bandas da Macarronésia. Sugere-se alguma temperança na abordagem dos degraus que dão acesso ao mercado.

 

. Um ator norte-americano de talento e currículo vasto, ao que parece basto familiarizado com drunfos, um dia morre de overdose e foi pena. Este trânsito ao mundo do Além cria um ambiente de anticlímax tal que leva os jornais da santa terrinha a debitarem grossas parangonas nas primeiras páginas dos jornais, deixando parvos tudo e todos os que maioritariamente nunca tinham ouvido falar de tal senhor. Paz à sua alma, requiescat in pace… Agora supõe-se que esses órgãos de comunicação social já estariam pesarosos de véspera, possuídos de poderes divinatórios, premonitórios mesmo.

Só assim se entende que tenham tratado, com indiferença olímpica a provocar estupor, ações de protesto cívico, de forte envergadura, na sua própria terra.

 

. Um senhor comentador do canal de tevê oficial já tinha sido nosso-primeiro. Agora produzia comentários amargos, mais ressabiados que os do filósofo da Antiguidade que se atreveu a usar o seu nome próprio (ou por aí). A sua contratação tinha criado embaraços, mesmo aos da sua tribo e as suas tiradas levantaram algumas ondas. Em meia hora dava conta do recado e ia à vida. Nesse lapso de tempo, uma senhora jornalistas punha-lhe as questões a jeito e ele não se fazia rogado, chutava-as para o melhor sítio. Era trigo limpo, farinha Amparo! Um dia o chefe da senhora jornalista disse-lhe: «Da próxima deixas que faça uma perninha?» A subordinada não se fez rogada, por quem é… O chefe meteu os pés pelas mãos, o comentador-entrevistado viu-se em palpos-de-aranha, pois não esperava tanto empertigamento. Foi a sua primeira entrevista paga e custou-lhe caro. Quis transferir-se para os programas da tarde, onde se contam muitos contos e narrativas, por uns trocos, já tinha apanhado o jeito.

Metido em brios, decidiu não virar a cara à luta. Da vez seguinte, o senhor comentador imitou os antigos: leu, perante as câmaras o comentário redigido de antemão.

 

. Veio um senhor e disse que este ano tudo ficava no trinque. Veio outro e disse que só nos próximos 2 anos as contas se poriam de feição. Veio uma senhora que disse que as contas públicas se recomporiam, nos próximos 3 anos. Veio outra senhora e disse que o saldo estrutural orçamental das contas públicas entraria nos eixos nos próximos 4 anos. E assim sucessivamente, palpites houve-os até aos 15 anos. Depois 74 compinchas saíram dos seus casulos (em homenagem ao 25/4?) a dizer que as contas precisavam de um haircut, ou coisa que o valha. Os senhores que tinham feito as previsões torceram o nariz e disseram que os 74 eram gentalha, as senhoras que tinham feito previsões arrebitaram o nariz e apelidaram os 74 de gentinha…

A turbulência cambial que se seguiu foi ficando e ficando e deu azo a novo ciclo de previsões.

 

 

23
Mar14

Ladinices 7

Jorge

- Zé, vai à janela e conta-me o que deslindas.

- Dou-me conta que muitos conterrâneos deambulam, sem posto a que aportar, chefe.

- Zé, os inativos não contam, fala-me dos ativos.

- Entendido na perfeição, chefe! Um número considerável de patrícios encaminha-se para lojas de computadores.

- Sim? Muito me contas, está a dar resultado a minha reforma tecnológica, Zé!

- Com sua permissão, e sem ofensa de género algum, o seu predecessor que era do contra gizou um plano tecnológico, não lhe queira seguir a esteira, que sou seu amigo embeiçado, e não gosto de confusões, chefe!

- Não me venhas com picuinhices especiosas, o seu a seu dono. O meu antecessor desbastou o erário público a oferecer computadores e a ensinar a malta a usá-los. Eu não embarco nesse transatlântico, ponho a malta a comprar computadores e que aprendam por sua conta e risco. Esta prática faz entrar uma nota gorda na Fazenda. Se isto não é reformar, vou ali e já venho! Dantes só saía, agora também entra, Zé!

- Estará para si bem caçado o nome do projeto, eu preferia pegada tecnológica, por exemplo e se me permite a ousadia. É mais in, up-to-date! Voltando à vaca fria, muitos conterrâneos, sobraçando embalagens de software e hardware, encaminham os seus passos a instituições de formação para novíssimas oportunidades, chefe.

- Vês, Zé, não precisas de cortar jaca, mas o meu plano bate certo. Toda essa gente vai à procura de um canudo, certo, Zé?

- As escolas privadas lideram as preferências neste processo, chefe.

- Pois é, o cheque-ensino foi uma ideia divinal, o Nuno sabe-a toda! Ele sabe mais a dormir que muitos a pé, há muitas horas, Zé!

- Lamento desapontá-lo, mas as propinas correm na totalidade por conta dos futuros utentes de computadores na ótica do utilizador, chefe.

- Sim, agora me recordo que o cheque-ensino está em banho-Maria, como o programa da Têvê Rural. É verdade que está decretado que não podemos viver acima das nossas capacidades, das nossas possibilidades e até das nossas necessidades, Zé. São tantas as coisas em stand by, que até ferve!

- Se muitos conterrâneos pagam, logo o desemprego abaixa e a criação de postos de trabalho acelera, chefe. De génio!

-O Colombo levou mais tempo a descobrir o ovo que ele nunca pôs, mas que todos dizem ser dele, Zé!

- Espere aí que a minha alma está parva, esses muitos conterrâneos dirigem depois os passos a escolas de condução automóvel, chefe.

- Meu dito, meu feito, tiro na mouche! Estão a resultar as nossas estratégias de apoio ao emprego e aos desempregados, para não mencionar o combate à economia paralela e a quem a apoiar, Zé.

- Já tardavam os resultados, chefe, mas eis que estão aí à frente dos olhos meus e de todos, meu chefe favorito!

- Ouve lá, Zé, tás aqui e estás no olho da rua, caso cuspas mais uma dessas piadas secas e pirosas, nem na sopa!

- Já cá não está quem falou, chefe! Ponto da situação: gente de todas as idades e proveniências sociais, sobretudo dos escalões etários médio-altos, fazem por aprender a manejar carro e computador. À pala disso, as escolas florescem e frutificam.

- Ainda bem que dediquei tanto do meu tempo à fatura da sorte. E ainda deu para desopilar, Zé! Já não podia ver cortes à minha frente, que frete!

- Vai ser um fartote, um suave milagre mesmo. Beijo-lhe as mãos, chefe!

- Somos uma terra abençoada e eu tenho estrelinha, pela qual me deixo guiar. Vou deixar-te sair mais cedo hoje, vai cochilar o teu bocadinho do costume.

- Por quem soides, muito obrigado! Aproveito a saída precoce e vou almoçar com a cara-metade. Quereis que trate de entabular conversações sobre o canal sortudo que vai apresentar o sorteio dos carrões de gama alta-média? Ela percebe do assunto, chefe…

- Frio, seu telhudo ocasional, vai antes ao notário a registar a patente da nossa estratégia de desenvolvimento que queremos vender aos países maltrapilhos. Pressinto que muito diligente dirigente mundial de países dos 7 mares virá comer-me à mão! Qual microcrédito, qual carapuça, fatura da sorte é a solução para os males terrenos e a salvação das almas penadas! Mas que não te dê pressa, só voltas ao gabinete, quando ouvires a minha voz. Entendido, Zé?

(Zé não deixou que o chefe dissesse 2 vezes a mesma coisa, desarvorou porta fora, a cantarolar «a garagem da vizinha» e «em contramão». O chefe passou à sala ao lado, onde reuniu com representantes de todas as marcas de automóveis, sucateiros, associações de seguros, de escolas de condução, de gasolineiras, de reparadores de automóveis, de revendedores de acessórios e clubes de cidadãos automobilizados, de peões e de organizadores de street racing e street tuning. Saiu muito fumo negro, 4 dias depois, quando a reunião foi dada por encerrada. Afinal, houvera alteração de planos e em cima da mesa estivera um novo projeto, de ainda mais largas vistas, a fartura da sorte. Previsto para ser afiançado cá no burgo, contam os participantes exaustos em fazer chegar o projeto – devidamente patenteado - aos areópagos que discutem o sexo dos anjos, mas também as estratégias de desenvolvimento.)

 

22
Mar14

Cenas do País Tetragonal (XIX)

Jorge

Contemple-se esta paisagem: uma vila sóbria, arejada e aprimorada (conquanto azarada, vai saber-se depois).

De uma assentada perde duas escolas primárias antigas e outras duas, recentemente inauguradas, com pompa e circunstância, há um par de anos, por autoridades centrais, regionais, locais e clericais, devidamente aquilatadas para o evento.

Razão aventada: estava em marcha uma reforma para implementar um ensino de qualidade e de proximidade.

Essas ex-escolas de 1º ciclo são adquiridas ao preço da uva-mijona, por familiares de ex-autarcas entendidos no assunto. Estão por inaugurar a breve trecho hosteles aprovados pela edilidade num abrir-e-fechar-de-olhos.

Meses depois, toca a mesma sorte à agência dos correios da vila, a funcionar em instalações catitas, recentemente inauguradas com o contributo de figuras gradas do poder central, regional, local e clerical, devidamente certificadas. Vai à vida, enquanto o diacho esfrega o olho são.

Razão avocada: estava em marcha uma reforma que visava reduzir à expressão mais conveniente os próprios nacionais, em todo o território pátrio, que isto de menos Estado é para ser aplicado em todo o mundo.

O edifício continua às moscas, apesar da chusma de potenciais compradores. O charivari, levantado na ocasião, à volta do futuro da empresa-mãe - não se sabia se cairia para Coa ou para a Bolsa – tem vindo a protelar uma decisão rápida, tão usual por estas bandas.

Meses depois a simpática vila vê-se amputada do centro de saúde e do SAP que funcionava em instalações há pouco inauguradas por autoridades das tutelas todas.

Razão aduzida: estava em marcha uma reforma que haveria de proporcionar mais quantidade e melhor qualidade das valências na área da saúde, a todo o território pátrio.

O uso da ex-repartição foi endossado à Santa Casa a qual logo tratou da implementação de uma clínica polivalente bem capacitada para reduzir a cinzas a concorrência num raio folgado de quilómetros à volta…

Meses depois fica minguada de juntas de freguesia, 4 por acaso, todas elas bem instaladas e de fresco, com todos os matadores, por quem de direito.

Razão trazida a lume: estava em curso uma ampla reforma das autarquias, destinada a servir melhor os eleitores.

A solução para as instalações supervenientes ainda não está decidida, não se sabe ao certo se haverá extensões das juntas de freguesia que continuam em exercício de tarefas. No entanto, crê-se que ficava melhor no espírito da época, se dessem lugar a delegações locais de associações ligadas à caridadezinha.

Meses depois a repartição de finanças vai ao ar (salvo seja!), a qual  operava num prédio de traça moderna, recentemente inaugurado, com todo o luzimento, pelas autoridades representativas dos interesses da  localidade, da região, do distrito e do país.

Razão invocada: estava em execução, no espaço nacional, uma reforma profunda que serviria melhor os contribuintes que pagam e não bufam, bem como os prevaricadores do território pátrio.

Uma empresa chinesa ofereceu-se para investir na compra do mamarracho por crer que os segredos amplamente guardados possam ainda pairar por a, o que facilitaria a formação de uma joint venture com emboabas das cercanias que dão garantias. A decisão ainda não está tomada, pelo facto de as (muitas) entidades envolvidas no trespasse persistirem no empolamento de indemnizações compensatórias.

De tresantontem chega a notícia que a vila irá perder o tribunal, recentemente inaugurado, com a presença das autoridades afins, com bênção das instalações e seguida de animado beberete.

Razão avançada: estava em aplicação uma reforma destinada a aproximar os cidadãos da justiça, no território pátrio e ali não se cometiam delitos suficientes para manter a porta aberta ao domus iustitiae.

Presume-se que as instalações, de primeira água e fresca data, hão de acolher a futura delegação governamental do jogo-do-bicho, a nova coqueluche legislativa dos senhores do mando.

Na senda das reformas que conduziram a fechos em nome da austeridade, estão muitos lotes para construção, muitas vivendas e andares que valem pouco mais que tuta-e-meia. Muitas estão por inaugurar, poucos lhes pegam. Por isso os empresários do ramo estão a tentar comprar as águas dos munícipes e a deposição de lixos em aterro municipal. Prevê-se muito choro e ranger de dentes nos próximos tempos.

Têm sido vistas pessoas, recatadas de modos, a cheiricar, pelas redondezas. Diz-se que algumas terão ligações ao desporto-rei, ou serão espiões de grandes emblemas. Já se imagina a funcionar ali um entreposto de futuras aquisições por fundos financeiros internacionais ou um reformatório de árbitros.

Um bichaço da terra acaba de sugerir a adesão desta recatada vila à federação internacional das cidades-fantasmas, o que poderia valer a montagem de desfiles de fantasmas, de bruxas e bruxos e mesmo de zombies.

De resto a paisagem mudou um pouco, mas dá para sobreviver.

 

 

22
Mar14

Respigos 4

Jorge

Os «grandes líderes» foram sempre assim: à inicial comiseração seguiu-se um amor profundo, uma dedicação arroubada e, depois, lentamente, uma indiferença e desconsideração que se vão transformando em desprezo e repulsa.

Francisco  J Viegas, in JN

 

O século XXI está nisto: nenhuma expressividade. O homem transformou-se aos poucos numa coisa geométrica, neutra, com lados iguais entre si (mais ou menos) e tudo o que era organismo é agora medidas e números.

Mas há algo de humano que ficou atrás do século (precisamente atrás). Duas mãos, duas simples mãos humanas que gesticulam, que se fartam de gesticular. Parecem sinaleiros; parecem, à primeira vista, querer orientar o mundo: para a esquerda, para a direita, para cima, para baixo. Mas depois de observarmos essas mãos algum tempo veremos que não; que essas mãos pedem ajuda, estão desesperadas.

Gonçalo M Tavares, in DN

 

1 – Dois homens penduram os casacos na árvore. A árvore(com este gesto dos humanos) transforma-se em cabide exterior. Que a natureza faça crescer cabides sensatos, eis o que todos pedimos.

2 - Dois homens disputam uma árvore e que foi arrancada do solo. Plantam árvore ou fixam-na no solo como se fosse uma peça de mobília? A quem pertence a árvore? – uma das perguntas essenciais desde o início dos tempos. É, afinal, a pergunta: a quem pertence este solo? Esta árvore pertence a este solo – a quem pertence este solo?

Em suma, o início dos conflitos – a quem pertence a árvore?

 O começo do pequeno conflito e da grande guerra. Dois homens disputam a propriedade da mesma Árvore.

A destruição do mundo? Vou levar esta árvore para casa.

Gonçalo M Tavares, in DN

 

A triste história da destruição da costa portuguesa é tudo menos surpreendente. Há largos anos que todos sabem que o processo de construção imobiliária junto à costa, o excesso de barragens feitas a montante, o planeamento sistematicamente violado por projectos PIN, leis de excepção e facilitismo autárquico, conduziram a isto. Quiseram ocupar o que é de todos, quiseram contornar as leis do país e desafiar as da própria natureza, quiseram facilitar, ganhar dinheiro rápido sem pensar nos riscos e agora quem paga somos nós?

Miguel S Tavares, in Expresso

 

Quando a evidência e a justeza se manifestam, não vale glosar.

 

22
Mar14

Jogos florais 2

Jorge

Jogos florais II

Lado A - (Cupertino numa loja de um centro comercial)

- Em quê o posso servir?

- Quero um par de calças deste modelo.

- Com certeza, diga-me o tamanho, se não se importa.

- 40.

- É só um momentinho, vou ali e já venho.

Faz-se uma espera de 3 minutos.

- Aqui as tem. Eras isto que pretendia, se bem percebi.

- Exatamente, levo-as, com certeza.

- Vai querer experimentá-las, com certeza. Pode ir ali a uma das 20 cabines.

Cupertino vai à cabine e gasta outros 3 minutos na experimentação e depois exibe.

- Ficam-lhe a matar!

- Levo-as.

Cupertino leva mais 3 minutos a voltar como entrou na loja.

- Mais alguma coisa em que o possa ajudar?

- Não, obrigado!

- Eu é que agradeço, pode pagar na caixa, se não se importa.

- Assim o farei, obrigado.

(Cupertino gastou mais 3 minutos na fila de pagar; na mesma loja a sua namorada ainda não se decidira por um modelo.)

 

Lado B - (Cupertino numa loja de bairro)

- Ora, o que te traz por cá, diz lá?!

- Quero aquelas calças que estão na vitrina, dona Floripes.

1ª personagem:

- Olha quem é ele, o Cupertino!

2ª personagem:

- É mesmo ele, bons olhos o vejam!

3ª personagem:

-Como tem passado? E os seus?

Cupertino dá 2 dedos de conversa.

- Queres primeiro experimentar as calcinhas ao fundo da loja?

- Não faz falta, dona Floripes.

1ª personagem:

- Não vás nessa, pá! Andam por aí gatos à solta…

2ª personagem:

- Agora usas calcinhas, não te estou a reconhecer!...

3ª personagem:

- Não atrapalhem o homem, tem bom gosto e tem o direito a ver se as calças lhe enchem as medidas a preceito, homessa!

Cupertino discorre sobre a ingente urgência daquela compra.

- Para ti faço-te um preço especial.

- Nem esperava outra coisa de si, dona Floripes.

1ª personagem:

- Se fosse para mim não tinha direito a nada...

2ª personagem:

- Clientes especiais têm direitos especiais…

3ª personagem:

- Não se queixem, que a dona Floripes é generosa nos descontos connosco.

Cupertino pronuncia-se sobre a crise da habitação.

- Tens de pagar com dinheiro vivo, não temos multibanco.

1ª personagem:

- Eu também nunca aderi a essas modernices.

2ª personagem:

- Aposto que aqui o Cupertino  até tem cartão de crédito…

3ª personagem:

- Quando se aposta, pode perder-se de goleada!

Cupertino mostra uma catrefada de cartões dos bons velhos da expansão bancária e parabancária.

- Pronto, aqui estão as calças no saquinho.

- Aqui tem o seu dinheiro, dona Floripes.

1ª personagem:

- Que é feito da tua mulher, não há quem lhe ponha a vista em cima?…

2ª personagem:

- Os teus filhos vão bem na escola?

3ª personagem:

- Como estamos de trabalho?

Cupertino paga as calças que comprou e depois paga um copo às 3 personagens. Decorrida 1 hora volta a loja da dona Floripes a recolher a compra.

(Crê-se que B já não sobrevém em A e vice-versa.)

22
Mar14

Gatanhada 1

Jorge

Machuchos e machucados

Não, (a mobilidade) é qualquer coisa que beneficia, que favorece e  que enriquece o país. Se houve alguma coisa que o nosso país teve como sinal  menos foi o facto de sermos demasiado fechados e paroquiais na forma de  estar e de nos relacionarmos como os outros (...) O que se espera de vós  é que sejam uma geração muito mais portuguesa, muito mais cosmopolita, e  muito mais europeia

Dr. Carlos Costa, governador do BP, durante uma recente cerimónia de entrega de prémios

 

No tempo da velha senhora que o foi também da minha tia muitos vicos se quedaram às moscas e à conta disso muitas púrrias se desfizeram graças à abalada de muita malta para franças e araganças. O santinho de pau e de pinho alapado ao poder gostava de ter o pessoal de tanga e de rédea e piedoso também. Armado em somítico tinha muita massa escondida nos cofres do banco central dentro dos colchões e debaixo das enxergas. Um fundo de maneio para acorrer a uma emergência que o seguro morreu de velho. Para mal dos nossos pecados o harpagão alarga os cordões à bolsa pagar a fatura material de guerras batizadas de coloniais. Foi quando o pessoal percebeu que não tinha hipóteses de levantar cabelo e foi um ver-se-te-avias pega na trouxa e acompanha-me orgulhosamente sós.

(A impressionante mobilização.)

Lá fora os camones condoídos acolhem bem e pagam mal aos patrícios e a mais não eram obrigados tadinhos. Esgotaram-se as malas de cartão também. E os nómadas das plagas lusitanas foram fazendo pela vida estrada fora e roídinhos de saudades. Quem não trabuca não manduca…

(O renascimento do mobilismo.)

Sabe-se que o senhor que atualmente gere os negócios do banco central também andou por seca e meca. Às 3 pancadas a trouxe-mouxe ou a salto? Das duas uma ou esteve sempre de cama e pucarinho ou já levava apalavrada cama mesa e roupa lavada. Até pode dar-se o caso de ter levado os pais atrás que ele parece ter perfil de leal representante da geração Tanguy.

(A mobilidade autoinfligida é querida.)

Hoje por hoje a diáspora voltou aos seus momentos de pico se assim não fosse era o fim da picada que os aforradores exógenos não estão para brincos. Lágrimas de crocodilo basbaquice e rogos a Sta. Francisca não faltam atributo de entediados entendidos na matéria. Deu-lhes para ali que bulir faz bem. Ok não é preciso empurrar e nem é preciso seguir em cambulhada não te arreceies das fronteiras que somos todo da Onião. Os camones sobretudo os bifes têm bom coração venham daí seus viriatos de trazer por casa a gente trata de vocês. Coitados vêm das proximidades de Lampedusa estes refugiados do euro com uma mão à frente e outra atrás ó tio ó tio em busca do negro pão mas cantando e rindo. Aí seus valentes! Como fazer se já não se produz malas de cartão?

(O abolicionismo imprevisto.)

Lá fora vão refazer a vida arranjar casa fazer contratos de água luz gás dá uma estafa do caraças. Com prejuízo para as famílias uns cá outros lá sofrimento para a esquerda e para a direita. Antes que o pó assente já muitas vezes a família se desfez. Ora isto não é bom que a família é a empresa-base da sociedade e as empresas sejam micro pequenas ou médias devem ser apoiadas para que haja recuperação económica.

(O imobilismo abjeto da mobilidade.)

O senhor que atualmente gere os negócios do banco central está naquele de vão mas voltem pelo mesmo carreiro que precisamos de vocês para levar o barco ao bom porto dos nossos credores. Eu já fiz a minha parte agora colho o que semeei ponham os olhos em mim. Foi ou não foi assim que os indianos e chineses se safaram? Nós não somos orientais mas por lá andámos a ver em que paravam as modas portanto sabemos ao que vamos e do que falamos…

(A mobilidade agraciada.)

Dou de barato que o senhor apoie quem faz mal as contas e pôs a pão-e-água muitos de nós chegando-se ao impensável de ver senhores muito conhecidos com mais de 65 anos a bazar daqui-para-fora. Até dou de barato que o senhor tenha tentado apanhar um passarão frequentador do tribunal de penitência fora da época da caça ao que se diz.

(O imobilismo movível da sinecura.)

Só que os fluxos da emigração já não são o que eram são mais largos à saída que no retorno. Bastantes dos novos imigrantes ouviram estórias de veteranos que já haviam saído para melhoria das condições das suas vidas e se atreveram a voltar à pátria para descobrir tudo como dantes quartel-general em Abrantes. À segunda cai quem quer e à terceira…

(A mobilidade amovível.)

A malta daqui enxotada à má-fé e à má fila abala à procura do melhor ou do bem bom. Voltar atrás à estaca zero? Se até os que têm unhas toca guitarra cá dentro põem as maquias lá fora!... Mas há sempre quem ceda ao choradinho ao canto de sereia ao elogio de raposa batida velha e até ao rogo de anjo da guarda e monte estaminé na paróquia em regresso celebrado. A romagem de saudade impõe-se.

(Uma samsonite num expatriado fica bem fica mal num emigrante vulgar de Lineu?)

Eu gosto de vocabulário social modernaço aquele que é  redutor e esconde o jogo da evolução na continuidade até que alguém tope o esconde-esconde o lusco-fusco o claro-escuro do neologismo ou a esquizofasia imanente. A novidade linguística traz água no bico e acinte ideológico e até arrepio ontológico tão longe vai a troca de alhos com bugalhos.

(A marcha contra tangas e o arrotar de postas de pescada.)

Adiante caro senhor passe bem mas sempre ao largo. Vá pela sombra e leve os seus compagnons de route.

(O movimento a que temos direito.)

 

19
Mar14

Rapaziada

Jorge

Introito: Andavam as hostes do clube verde, de largos pergaminhos, a sustentar que tinham um plantel de tostões, mas que queriam chegar longe no campeonato do futebol da terra. A coroação no olimpo podia esperar, embora, à boca pequena, os sócios e simpatizantes falassem num oráculo que previa a derrota dos clubes dos milhões. Ultrapassado o ponto de partida, não é que as coisas começam a correr de feição? Lá para meio, vem um trambolhão e fica a descoberta a careca ao leão. Aqui d’el rei, que nos andam a comer as papas na cabeça do leão (a troica estará inocente ou foi inocentada?)!

 

O capitão da equipa apontou:

- Parece que nos andam a tirar pontos.

Espetadores menos atentos levaram a tirada para os lados dos pontos cirúrgicos, as suturas. De facto, havia lesões no plantel, nada de preocupante. Que não, outros levaram a tirada para as bandas dos pontos de costura, havia quem se apresentasse com o equipamento descaído… À atenção do médico e o encarregado do equipamento do grupo…

Vem o treinador do grupo que aponteou:

- Acho que nos andam a tirar pontos.

Circunstantes menos atentos levaram a tirada para os pontos de vista. Dizem que as ideologias acabaram, ora passem bem! Que não, outros levaram a tirada para os lados dos pontos de mira. «Mira, mira, não me toques» - costumava dizer aquele cacto falante aos admiradores.

À atenção do paisagista e o armeiro da sad do clube...

Aparece o porta-voz de sócios e simpatizantes e atira:

- Que ninguém tenha dúvidas que há um conluio para roubar pontos ao nosso amor. Queremo-los de volta, bem como uma nova pauta classificativa!

Observadores menos atentos levaram as tiradas para as bandas do ponto do orvalho. Tinha chovido muito e a humidade afeta modos e maneiras. Que não, outros levaram a coisa para as bandas do ponto de fusão, os glaciares andavam a derreter e a meter cada vez mais água, uma concorrência desleal, ao fim-e-ao-cabo…

Pelo-sim-pelo-não constitui-se um movimento de morigeração dos costumes, uma task force para o-que-der-e-vier, um lobby para a área dos desportos de força, de combate e radicais. Que ninguém venha a terreiro tirar satisfações, cá por causa das moscas…

Segue-se o especioso presidente da sad e do clube, muito truculento, a deus graças:

- Os maus da fita andam a despojar a gente. São pontos e mais pontos que têm ido à vida, entre 7 e 10 pontos, o que valeria o 1º lugar. Vamos pôr tudo em pratos limpos. Em tribunal é que os quero ver os jagunços, a ver se não são condenados. Até se põem verdes! Ai se te pego! Dão-se bate-papos e bate-bocas entre presentes e ausentes do local da liça. Para uns o senhor estava em ponto de rebuçado, pressentiu o ponto de não retorno, o título foi-se, era miragem. Para outros estava em ponto de ebulição, olhem-me os fornicoques e modilhos do homem! O homem quer o título à viva força, quem diria?!Alerta, dragões e águias (aquila non capit muscas), o leão não quer o título de mão beijada, mas tanto faz…

Um sibilino juiz de dentro (do campo) aos microfones disse nada.

O senhor que nomeia os árbitros nada acrescentou, pois tem em preparo uma tese segundo a qual os verdes são a cor mais espezinhada do mundo e universo. A vendagem do livro conta e quem não sabe ser comerciante que feche a loja!

Portanto, o presidente quer a Justiça a fazer justiça e que sejam devolvidos à procedência os pontos da tabela sonegados. Como? Problema dela… Numa época em que a criobiologia deu passos seguros, não será difícil pôr aqueles melros e passarões de apito na boca a cantar.

Dias depois, em contraponto, o clube consegue 3 pontos, fortes e saborosos, por portas travessas. Um a um, todos os contestatários fizeram ouvidos de mercador, assobiaram para o ar, enquanto chutavam a bola para canto. Um grupo minoritário inclusive foi visto e ouvido a trautear «A vitória é difícil mas é nossa».   

Para já o levantamento de rancho promete, que não convém dar pontos sem nós. E se for preciso aviar um tranglomanglo qualquer, é só pedir…

Atentem nisto: a união do rebanho pode obrigar o leão a dormir com fome.

Só eu sei por que hoje não preciso de matar um leão, ponto final, parágrafo, travessão!

(Ouço deliciado os «pontos nos iis», do Sérgio Godinho, que só por caso é sportinguista. Verde que te quero verde, ai…)

 

 

 

14
Mar14

Cenas do País Tetragonal (XVIII)

Jorge

O Governo em Funções (GF) sofre da síndrome da ludomania: está entregue de alma e convicção a jogos, do duplo ao cénico, passando pelo de cintura e aos de sorte e de azar, vai a todas, mas sempre dentro das margens da licitude. Para matar o tempo, pois as tarefas a cumprir são cada vez mais monótonas, estilo atar e pôr ao fumeiro,  cortar e dourar a pílula e não passam disto.

(O síndroma de burnout seria mais preocupante.)

O GF começou por dirimir jogatanas sectoriais, com boa % de sucesso, refira-se: esconderelos, com os magistrados do topo da pirâmide judiciária, monopólio com os contratadores e comentadores de sucesso e a apilhagem e o pau com os ursos, com o maralhal.

(Bons resultados em passatempos frustes, dão moral.)

O GF, desde a sua conversão à  equanimidade social, entra numa fase de reinação. Quer que todos a entrar na dança da salvação. Um dos seus membros sugere duelos, espetáculos de roleta russa ou mesmo torneios de coliseu.

Ninguém estava para aí voltado, os restantes fazem-lhe negaças e depois leva nega.

(Os tempos estão para punhos de renda, não de virga-férrea.)

O GF reúne em conciliábulo, num fim-de-semana alargado. Sobre a mesa uma proposta de vulgarização do jogo em Bolsa. Chovem esquissos de pagelas e vulgatas sobre o assunto, mas o anteprojeto morre na casca.

«Isto não é para todos, que não se trata de jogar a feijões!» - com esta tirada que peca por tardia, o ministro da Fazenda arruma a questão.

(Ele fala inglês, russo, castelhano e italiano, por isso impõe respeito.)

Ato contínuo, saca do parecer de um ilustre representante de uma casa de advocatura, de um estudo levado a cabo por um grupo de missão e ainda de um relatório de um grupo sigiloso de inteligência, todos acabadinhos de sair do forno: um a um recomendam tento na língua e nos atos: se muita agente se deixar enfeitiçar pela nobre arte da traficância de ações e derivados, a cobrança de impostos iria ressentir-se, o desemprego aumentava e por-aí-fora, só desgraças!

Ninguém joga de cristas. Pronto, não se fala mais no assunto, se não vai haver jogos de tabuleiro, nem daqueles para homens de barba rija, avance-se para um sorteio. Ninguém sai chamuscado, é democrático, sai barato e dará milhões ao erário do público…

Palavra puxa palavra e lá nasce a fatura da sorte, guindada a desígnio nacional.

(Sortear é mais digno que rapar.)

Os cidadãos, do mais cumpridor ao mais relapso, preparam-se para o sorteio semanal, treinando a caça aos cupões, numa reserva adrede a um parque natural que já tem os dias contados, mas onde ainda florescem espécies indígenas altamente reputadas nos países de destino das exportações.

Esperem até ver as ruas povoadas de cidadãos de cabelos floridos, a espelhar e espalhar o amor.

(Os jogos infantis são graves ocupações, apenas os adultos brincam. Às vezes com o fogo e depois formam-se as cortinas de fumo.)

 

 

14
Mar14

Respigos 3

Jorge

A importância de um país

A Finlândia é o país que ocupa o primeiro lugar no ‘ranking’ dos Melhores Países do Mundo da Newsweek, com a pontuação máxima de 89,4 pontos. Os redatores da Newsweek chegaram à sua conclusão baseados em cinco critérios: saúde, dinamismo econômico, educação, ambiente político e qualidade de vida. Portugal ficou em 27º (37º lugar na educação, 23º na saúde, 27º na qualidade de vida, 42º no dinamismo económico e 23º no ambiente político), atrás de Espanha (21º) e Grécia (26º). O estudo (…) baseia-se em indicadores relativos aos anos de 2008 e 2009.

Adaptado

 

Boa classificação, claramente na primeira metade da tabela… Com dados mais recentes, havia trambolhão na tabela classificativa, pela certa… Agora, na verdade vos digo que estes indicadores não ajudam nada. Da próxima escolham os valores médios das temperaturas de verão, a extensão das praias que se mantêm em pé, a fé em melhores dias, o desenrascanço e a capacidade de acomodar carros em cima de passeios, por exemplo. Atrevam-se, a ver se outro galo não cantaria!...

 

A importância das pessoas

A um dia de mais um congresso do PSD, o líder parlamentar dos sociais-democratas, Luís Montenegro, falou com o Jornal de Notícias (JN) e, entre retrospetivas dos últimos três anos de crise e memorando, salientou os bons resultados alcançados por Portugal, mas sem descurar o facto de que “a vida das pessoas não está melhor”.

 

O país terá registado uma melhoria do aleijão congénito, só possível de ser captada por sensíveis instrumentos de medição. A maioria da população que sustenta o país está pior da perna. O senhor não cabe em si de contente, está no seu legítimo direito. Estaria farto de ver a avida a andar para trás…

 

A pouca importância da vida de certas pessoas

Depois de ter sido legalizada na Alemanha, em 2002, a indústria da prostituição movimenta mil milhões de euros anuais, de acordo com a BBC. A tentativa de retirar as prostitutas das mãos dos empresários levou a que fossem criados enormes complexos onde a prostituição é o principal atrativo. Contudo, se a lei é vista por uns como uma boa notícia, por outros é fortemente criticada e apontada como a principal causa que torna a Alemanha “o bordel da Europa”, onde atualmente existem 400 mil prostitutas.

 

Diz-se por aí que o rufianismo também compensa…

 

A pouca importância da vida de muitas pessoas

“Se os desempregados formassem um país, seria o quinto maior do mundo", assinalou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Dra. Christine Lagarde, numa conferência na Universidade de Stanford (Califórnia) sobre "Inovação, Tecnologia e Economia Global do Século XXI. “A desigualdade da riqueza está a aumentar em todo o mundo e de forma expressiva", acrescentou.

 A madama deve ter uma costela sádica…

 

A importância da vida de um felino

Para salvar a vida de um gatinho que surgiu no meio da rua na frente de seu carro, um motorista japonês desviou o veículo para a calçada. O problema é que lá estavam 36 crianças de uma creche que se preparavam para uma excursão ao museu, além do guia dos alunos, de 23 anos. Todos foram atropelados e cinco crianças ficaram gravemente feridas. O motorista, de 59 anos, foi preso acusado de negligência. Ao que parece, somente o gato conseguiu sair ileso do acidente.

Os bichanos têm ou não 7 vidas? É que os humanos só têm direito a uma…

 

A importância da vida de uma pessoa

Um carro mal estacionado terá chateado um dos vizinhos do Bairro de Angola, em Camarate e, ao fim da tarde de ontem, um senhor acabou por ser baleado três vezes, falecendo no local.

 

Aconteceu, há pouco e foi abominável!

 

Ao que chegámos!

Presos recusam sair em liberdade por causa da crise. Em boa parte dos casos a recusa de sair da prisão é culpada crise em que o país está mergulhado. Mas existem outros motivos para um preso recusar a liberdade.

 

Tivesse eu responsabilidades na matéria e logo acabava com a crise…

 

Ao que isto chegou!

Um recluso da cadeia da Carregueira foi violado por três colegas de cela, três dias consecutivos, numa espécie de "praxe de boas-vindas", tendo sido obrigado a tratamento médico. O Ministério Público está a investigar.

Anton Tchekov deixou testemunho que «a universidade desenvolve todas as capacidades, inclusive a estupidez». Nas cadeias, vai-se mais além…

Esquerda, volver!

Durante o seu julgamento em Madrid, "El Solitário" diz que nunca roubou bancos, apenas lhes cobrou um "imposto revolucionário" e que as instituições bancárias é que deviam responder pelos desfalques e roubos que têm feito ao longo dos anos com a conivência do poder político.

 

Há quem tenha memória de elefante…

 

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