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oitentaeoitosim

08
Jun16

Comento 3 - Farronca

Jorge

O Sr. Rodrigues dos Santos (RS) acha que o fascismo é uma deriva do marxismo (o ovo de Colombo reinventado) e acha que descobriu a pólvora.

É claro que o Sr. RS que de gago tem pouco - deixou meio mundo atónito e a outra metade do mundo com vontade de o trespassar, o habitual nele... Eu vejo naquela afirmação mais uma manifestação da panca de genialidade que transporta agarradinha a si, desde que o seu corpo se associou à alma (de cântaro) que lhe coube em sorte.

Consta que o Sr. RS já cunhou a patente da descoberta e fez muito bem, que as venialidades rendem. Este hodierno descobrimento promete abrir portas de Portugal a muitas divisas e a desvairadas gentes, facto que dá um jeitão do camandro (passe o tabuísmo).

(Tem piada que a mim já tinha ocorrido uma conclusão similar, só que posta ao contrário, numa madrugada às voltas com o sono solto, por conta de uma trovoada tétrica. Assim que estendi os meus argumentos, no dia a seguir, no café do Francês, percebi que me tinha estendido ao comprido e dai de lá com os pés a bater no rabo, ruborizado. Cheguei a ser acusado de sofomania, mas fiz questão de exibir a listagem oficial das minhas maleitas – que não incluía essa de sofomania - e deixaram-me em paz...)

O Sr. RS apoia-se em manobras, mexericos, ditos e escritos de personagens da vida real que estiveram ligadas às guerras intestinas em formações marxistas. Escolheu aqueles ao acaso? Poderia ter ido beber a outras fontes? Talvez, agora, não pode ser acusado de falta de capacidade argumentativa...

(Maravilha, milhares de indivíduos entendidos e entediados a debitar bitaites sobre as inimizades que separam as 2 ideologias e logo chega o Sr. RS que, em meia dúzia de penadas, as junta dentro do mesmo saco de farinha!)

Querem (mais) factos comprovativos? Primeiro, o Sr. Mussolini, um fascista de-alma-e-coração, em jovem alinhou com o marxismo, orientou um jornal dessa extirpe e só depois se tornou facho.

Segundo, o nome do partido do Sr. Hitler dava por «nacional-socialista». Estão a ver «socialista», um vocábulo querido dos marxistas, logo cheira a esturro!... O epíteto de «nacional» estava ali por acréscimo... Pulgas me mordam se o tipo não era xuxa, comuna ou sd (social-democrata) e andou a enganar-nos a todos.

Serão precisas mais provas convincentes?

Agora sou eu a pensar, se aqueles 2 tugues mataram que se fartaram e puseram meio mundo a saque, isso não se terá ficado a dever à onda marxista que terão cavalgado?

O Sr. RS não é taxativo, mas deixa a porta entreaberta; não o diz taxativamente, mas fica depositado o ovo de serpente, a cumprir a sua gestação no meio da ninhada de uma galinha poedeira...

De sibilino a mensagem subliminar não contém nada, mesmo nada, seu maroto...

(A crer na intrépida máxima sujeita a direitos de autor, sugere-se aos autores do Livro Negro do Comunismo que revejam os cálculos feitos, é que parecem pecar por defeito!...)

«Será possível que o Sr. RS, distinto escritor e habituado a contar estórias bem desenvolvidas a notas graúdas, não esteja a confundir alhos com bugalhos, a tomar a nuvem por Juno?» - eis uma dúvida bem metódica que perfilho.

Longe vá o agoiro, basta ler a argumentação narrativa de personagens dos seus 2 últimos romances, elas explicam a coisa tintim-por-tintim...

Ora, se esta versão ficar plamada nos compêndios escolares vai dar cá um destes rebuliços! Muita gente tinha por certo que marxismo e fascismo eram coevos e que de resto nada mais tinham em comum a não ser um ódio visceral e que eram assim a modos de água e azeite, não eram miscíveis... Mas, para o Sr. RS a primeira gera a segunda, numa perspetiva unidirecional, sem retorno, que horror!...

(Um diabo que costuma acaçapar-se por detrás de cruzes chegou a formular uma teoria similar, mas nunca a publicou, por pudicícia.)

Os génios são assim, querem-nos de boca aberta, tomados de espanto. Acresce que os génios de almotolia de trazer por casa também satisfazem pedidos, basta que a embalagem seja esfregada a contento...

Andam para aí uns manguelas da estranja contentinhos-da-Silva por acharem que solucionaram a ínclita questão: «O que surdiu primeiro, o ovo ou a galinha»? Tivesse tido o Sr. RS a lembrança de debruçar-se sobre a magna questão e ali galo cantaria...

(Um anjinho de asas pretas soprou-me ao ouvido que o Salazar – que figura em livros do Sr. RS – terá ficado agastado com esta teorização que apelidou de peregrina. Que não estava para aturar o enxovalho, ou a simples suspeita que a sua ação tenha alguma vez estado ditada por assomos de esquerdelhice, cruzes canhoto! Esteve vai-não-vai para pregar um valente susto ao Sr. RS, mas ficou-se por impropérios estilo «vai dar banho ao cão», «volta para a tua terra», «andas armado em carapau de corrida, mas já te aparo as barbatanas, etc... A lista é interminável, como a vida atual de que disfruta. Foi quando alguém da mesma alfurja lhe lembrou que, desse modo, daria o braço a torcer e que a exigência de satisfações poderia levantar fortes suspeitas que a facharia de facto esteve estabelecida em Portugal...Contrariado meteu-se em copas, mas, Sr. RS, se preza o seu bem, talvez fosse boa ideia evitar espaços frequentados por almas penadas, que as há, há...

PS1- Confesse lá, Sr. RS, você não grama nem um bocadinho essa ideologia vermelhusca, verdade? Podia ter dito logo, que, pelo menos no meu caso, não ficava nada chateado...

PS2 - Eu acho que também os cálculos dos autores do Livro Negro do Capitalismo precisam ser refeitos. Proponha-se a ajudá-los, Sr, RS, ou então sempre pode confiar a missão a protagonistas dos seus livros, os últimos. Tá na cara que os cálculos pecam por excesso...)

PS3 – Se o Sr.RS ainda não consta dos compêndios da literatura moderna portuguesa, trata-se de pura injustiça, a exigir breve reparação. Agora, a reabertura do «Jornal do Incrível» conferia-lhe mais espaço de manobra e maior audiência...

PS4: Aqui fica um trava-língua, em sua homenagem, Sr. RS: Lá vem o velho Félix com o fole velho nas costas. Tanto fede o velho Félix, quanto o fole velho nas costas do velho Felix, fede.

E estoutro: Gato escondido com rabo de fora tá mais escondido que rabo escondido com gato de fora.

«Visionário».jpg

 

 Ele não gosta que o chamem de optometrista (oculista).

Ele antes prefere ser «visionário»

04
Jun16

Comento 2 - Mãozinha

Jorge

O Sr. Presidente Rebelo de Sousa é homem de boca junto ao coração e de ação.

Há quem o veja a extrapolar das suas funções. Que se saiba, quem exerce outras funções altas no mando do Estado não se queixa.

O Sr. Presidente da República tirou-se uma vez mais das suas tamanquinhas e foi à Alemanha sensibilizar quem ali exerce muito altas funções no mando do Estado alemão e da UE. «Não batam mais no ceguinho, esqueçam a multa, não nos cortem as vazas, sff»!

Não foi assim, mas podia ter sido...  

De facto, sobre a grande maioria do povo português abateu-se, durante 4 anos, uma tremenda saraivada de cortes em salários, em pensões, em subsídios e mais não digo, para além de aumentos de impostos, da carestia e do custo de vida.  

Desmandos acumulados em governações recentes descambaram em défices descomunais, em endividamento externo mais-que-à-conta e em produto nacional anémico (com raras exceções, é o que a casa sempre gastou). Assim, Portugal não se tem mostrado um país competitivo, apesar de fortes injeções de capitais vindos da EU. A culpa morre sempre solteira, em país de brandos costumes (a desídia também!) ...

Portugal entrou na UE, no primeiro dia de 1986, pois se pretendia dar mais garantias à democracia e assim foi. A partir daí, passa a contar com a solidariedade financeira (com dinheiro à vista, toda a gente se benquista). Entrou no país massa a rodos, com as quais foram feitas obras de regeneração e de restauro pelo país afora e adentro; outras não passaram de planos e promessas, ou entrou-se em modo de procrastinação. Mas, os cabedais da UE não tinham 2 «v» na ponta...

Diz-se por estas bandas que «amigo não empata amigo». Mas, que se livre amigo meu que vá para o poleiro que não me estenda a mão, de molde a que deite a mão a algo que me leve a arranjar a vidinha por conta da Fazenda, levo a mal, claro!

Cá para nós, que ninguém nos ouve, se umas breves centenas de indivíduos assim agirem, percebe-se porque descarrilam contas públicas, investimentos públicos, orçamentos públicos, ou o diabo... Agora as desculpas oficiais vão por outro caminho, metem muita estatística e calão e a maioria que paga as favas fica a ver navios, mas paga as tropelias. Sobre nepotismo, nem uma palavra, ora bem!...

Ainda um dia se descobre que a UE até nem se ralou que parte dos fundos para aqui mandados se pusessem mal parados, ou lhes tivessem nascidos asinhas. Dizia-me um especialista em matéria dada: que dê um passo em frente quem ignora que dinheiro adiantado acaba malparado!

economy_stimulate_panhandler_1519985.jpg

Dinheiro, dinheiro, dinheiro! Vocês não têm mais em que pensar?

 

Metida em brios e provavelmente farta de entrar com graveto, a UE que não esquece e não é mesmo nada lorpa, espreitou a ocasião para mandar parar o baile (não há volta a dar a esta malta que deve sofrer de desídia!). Venham daí tornas, contrapartes, juros e outras alcavalas (voltaram os possidónios, quem haveria de prever?). E pagam todos para saberem como é bom (excluídos os benfeitores, os mandantes que sacodem a água do capote e seus colaços, está bom de ver)...

Não foi uma, não foram duas, foram muitas pessoas a alertar para os perigos de uma adesão a uma instituição (a EU), em que o país fazia figura de patinho feio. Cuidado que a esmola é grande, desconfiem!... A advertência caiu em saco roto, para gáudio de poucos e mal de muitos, mas a vida é assim, quem pode manda...

O Sr. Presidente da República sabe que temos de continuar a pagar, pelo muito que nos chegou da UE, mailas multas por incumprimento, ponto final. Isto deixa-o condoído, ainda por a maioria dos seus conterrâneos anda de monco caído, a fazer contas à vida, quando se trata de comprar paparoca, ou de ir ao restaurante, ou de tirar férias, ou de comprar um carro, ou de apostar numa casinha (se os impostos e os cortes não levam os magros recursos, a inflação dá uma ajuda). Ele, no fundo, no fundo gostaria de proporcionar uns miminhos à malta, em tempo de vacas magras p’ra caraças!...

Que dê bons resultados o seu empenho, a sua jogada diplomática ou a «cunha» que tentou junto da Sra. Merkel. Mas, veja lá, se, a partir de agora a rapaziada que controla o Estado passa a fazer certinho e limpinho, com resiliência – o primeiro dinheiro é para pagar calotes, mai nada! – e que não vale insistir na procrastinação, nem no nepotismo (que tal uma campanha nos media?). Naturalmente é preciso bulir a todo o vapor, na batalha da produção, que quem não trabuca não manduca (e não será possível conseguir travar a alta de preços galopante, pois os mercados!...).

Que não lhe doam as mãos, aperte com eles e com todos (não me ponho de parte!) Caso a população embique na preservação dos arranjinhos (até para entrar no céu, pede-se o empenhos a figuras bentas, veja lá!), Vexa mais vezes será obrigado a estender a mão à comiseração dos benfeitores...

(Não resisto a contar uma estória. Pessoa minha amiga costuma dar alguma coisita a um rapaz novo que representa a preceito o papel de esmoler à porta de um híper das proximidades; ao que se diz, o artista é useiro e vezeiro em trocar óbolos recebidos por produtos que lhe proporcionam momentos de evasão e, de volta à mesma penúria, põe-se de mão estendida a puxar pelas cordas mais sentimentais dos frequentadores daquele templo de consumo. Não consta que tencione mudar de vida em breve...)

Já o vejo, Sr. Presidente, aos ombros da grei. O que era bom à brava era mesmo o país livrava-se de levar mais uma porrada e calavam-se os eurocéticos cá da terra (eles são céticos em quase tudo e, às vezes, saudosistas).

Eu não consigo imaginar o país marginalizado pela UE, a tratar da vida a solo. Há certas coisas que sabem melhor, em companhia... Orgulhosamente sós já não dá, não acha, Exa?

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