Zelos VII (Túnel de vento)
As cenas insonoras foram muito comentadas.
Aconteceu no túnel de acesso às cabines onde se equipam os jogadores no estádio.
No túnel de acesso às cabines onde se equipam os jogadores no estádio, aconteceu uma bronca.
No túnel de acesso às cabines onde se equipam os jogadores no estádio, aconteceu uma bronca entre os presidentes dos 2 clubes acabadinhos de disputar um encontro para a competição futebolística mais badalada do país.
Imagens mostram ambos os presidentes de ambas coletividades envolvidas que zangarilham.
Ambos os presidentes de ambas coletividades que zangarilham parecem zaranzas.
Pouco faltou para que ambos os presidentes que zangarilham e que parecem zarés passassem a vias de facto, à zargunchada.
Depois, em conferência de imprensa, no estádio da contenda – não lhe terem cortado o pio é prova de que quem não deve não teme - um porta-voz indigitado do clube B disse cobras e lagartos do presidente do clube A.
Depois, um porta-voz indigitado do clube A, no próprio estádio, disse cobras e lagartos do presidente do clube B, em conferência de imprensa, ressalvando que ninguém gosta de ser maltado na sua própria casa.
(Esqueceram-se da estratégia «Vamo-nos deitar que estes senhores se querem ir embora»...)
Mais tarde, os clubes A e B fizeram comunicados a zurzir nos presidentes opoentes.
O clube A participou oficialmente do clube B, mais tarde.
O clube B participou oficialmente do clube A, antes ou depois do clube A.
Os clubes A e B acham que a razão está do seu lado e não parecem dispostos a aceitar um veredito incriminatório.
O clube A chegou a contratar um zoilo para comentar os acontecimentos, tentando passar por cima das tristes figuras.
O clube B contratou especialistas de novas tecnologias que comprovassem da possibilidade duma cusparada virar fumaçada e vice-versa.
Os clubes A e B têm encontro marcado, em breve, numa competição futebolística mais secundária do país.
(Consta que está a desenhar-se uma campanha no sentido de refazer o sorteio que os pôs frente-a-frente. E depois, não há por aí um punhado de ingénuos a propor, em momento pós-eleitoral, a repetição da ida às urnas, para escolha do presidente gringo?)
O clube B era o promotor do espetáculo.
O clube A, noutras ocasiões, tem organizado espetáculos e é suposto continuar a organizar espetáculos.
As cenas insonoras dos acontecimentos escabrosos – encolhidas e escolhidas a dedo e filmadas no túnel de acesso às cabines onde se equipam os jogadores no estádio onde se disputou aquele jogo de futebol – cheiram a agressividade e/ou violência, que se diz ser inerente à natureza humana?
Venha o dianho e escolha...
Dá-se o caso da LPFP (Liga Portuguesa de Futebol Profissional) ter aprovado um regulamento de competições que, no artigo 6º (Deveres do promotor do espetáculo desportivo), da secção I (Procedimentos preventivos e de segurança em todos os jogos e competições), do capítulo II (Procedimentos de prevenção e segurança), do anexo VI (Regulamento de prevenção da violência) atribui a todo e qualquer promotor do espetáculo desportivo, sob a sua alçada, o dever de «usar de correção, moderação e respeito relativamente a outros promotores de espetáculos desportivos e organizadores de competições desportivas (...).
A insonoridade da peça restringe cenários. A haver agressividade e/ou violência, a derrota efetiva, para ambos os lado poderia ser o desfecho expectável, derrota moral, quer-se dizer, que assim não se contraria os regulamentos...
(Dúvidas existencialistas: Terá havido autorização judicial para a gravação? A futilidade já não é dispensável mesmo? A gravação foi motivo de despacho judicial?)
Fair play
Procura-se vendedor agressivo.