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oitentaeoitosim

24
Out17

Cenas do País Tetragonal (XXXIII)

Jorge

    As circunstâncias políticas do momento impuseram o afastamento da Sr.ª Dr.ª Constança que era a ministra da Administração Interna do atual governo que vai continuar a mandar na gente.

    Até calhou bem ao PM a quem, há tempo suficiente, um par de partidos políticos vinha pedindo a cabeça da senhora e ele, moita-carrasco!

    Até que o PR, exibindo mais uma vez afetos genuínos, declara do alto do seu púlpito: «alto e para o baile!». Aí a senhora ministra sai resilientemente da pista, troca umas palavrinhas com o primeiro-ministro; e com a bênção dele (e elogios da praxe) volta para a os seus afazeres costumeiros (diz-se que o gozo dumas férias é prioritário, mas agora parece que não).    

    Registaram-se 2 tragédias, separadas por 4 meses, marcadas por muitas mortes horripilantes, por conta de incêndios múltiplos, ateados por duvidosas mãos que se atêm à proverbial inércia da governação do verde deste país, sempre muito confiada na Providência; só que, nas 2 ocasiões, Ela não valeu à gente e foi o cabp das tormentas e dos trabalhos!

    No intervalo dos 2 infaustos acontecimentos a senhora ministra não deu uma para a caixa, ainda-por-cima viu reduzido contratualmente o efetivo de aviões contratados para o combate às chamas e ficou-se; consentiu na redução do número de bombeiros de prevenção aos incêndios; permitiu desativação de postos de vigilância e não terá ligado ligou meia aos avisos do IPMA (a seca também não ajudou), etc...

    (Para quê deixar vigilantes nas praias, se já não é tempo de trabalhar para o bronze?)

    A senhora ministra, quando aparecia na tevê dava sempre o ar de andar aos papéis, dava a sensação de não ter percebido exatamente onde tinha caído, coisa que não admira totalmente, pois era novata nas artes da governança, mas - caramba! - reunia 2 condições fundamentais para ministrar: um ar apresentável e um diploma em Direito.  

    A senhora ministra não teve em conta que, num país de brandos costumes – onde as leis são sobretudo recomendações - a culpa nem sempre morre solteira; em eventos de grande impacto junto da opinião pública, o caso pode mudar de figura, é forçoso que se apresente um réu! Pequenos eventos, de menor calibre, esses passam desapercebidos, caso não haja denúncia nos média todos.

    (Também é certo e consabido que, num país de brandos costumes, os deveres convencionados devem ser sempre respeitados pelos outros, mas os direitos esses destinam-se a ser cumpridos sobretudo pelos outros.)

    Então desconhecia a senhora ministra que neste país - embalado em nacional-porreirismo, em amiguismo fervoroso, em videirismos precatados, em pagamento de promessas, em fazer vista grossa a desvios, em lobbies informais, em indultos oportunos, no faz-de-conta desculpador, em abusos de diversa tipologia (abusus non est usus, sed corruptela) e coisas derivadas - a culpa é tão feia que ninguém a quer (mas tem de se apontar o dedo a alguém, santa paciência)?!

    Desculpe dizer-lhe isto, a senhora ministra estava a pedi-las, porque se pôs a jeito, ora bem! E, repare, a sentença, perante a opinião pública já transitou em julgado, a senhora é culpada.

    A senhora ministra detinha responsabilidades sobre a gestão das florestas e no combate aos incêndios selvagens. Os senhores ministros do Ambiente e da Agricultura (este atá chegou a irritar-se quando a malta dos média tentou convencê-lo que ele também teria contras a prestar sobre os incêndios e suas amargas consequências) também seriam parte da perequação, mas passaram incólumes por entre os pingos da chuva (recorde-se que, no governo anterior a gestão de tais dossiês esteve confiada a uma outra senhora que campeava na pasta da agricultura e do mar) e souberam estar caladinhos e, assim, sacudir a água dos seus capotes.

    Então, não estava a pedi-las?

   Desta vez é que vai ser, a problemática dos fogos selvagens (e sobretudo de vidas imoladas) vai remediar-se, no breve trecho, nas suas diferentes vertentes: a reforma da floresta, o levantamento do cadastro das terras, o reforço das áreas verdes com espécies endógenas, a determinação das fontes de ignição, os negócios esconsos que não olham a meios para faturar, o renascimento do corpo de guardas florestais, o reforço dos sapadores bombeiros, etc... terão resolução, assim num fósforo (lagarto, lagarto!); o seu sucessor é áspero e não admite brincadeiras.

    Vá-se embora, Sr.ª Dr.ª, e prometa que desta água nunca mais beberá, não vão lembrar-se ainda de lhe atirar em cara as mortes acidentais acontecidas em todo o país, durante o seu mandato, o mau estado de construção de muitas estradas também, ainda a desertificação do interior, a seca naturalmente, etc...

    A propósito, ainda, há pouco, pessoa amiga saiu-se com esta tirada: «A senhora ministra deveria ter mandado fazer, por exemplo, no intervalo dos 2 infaustos, campanhas a lembrar os bons procedimentos em áreas verdes. Ou encomendar leis mais severas para quem provoque incêndios. Ou mandar limpar a preceito as áreas verdes do Estado. Ou pedir à EDP que dispusesse a preceito todos os cabos de distribuição de energia? Ou recorrer à chuva artificial, qualquer coisa diferente do ramerrão habitual... Não me sai da cabeça que, no último dia fatídico, o fogo tenha campeado em 15 dos 18 distritos de Portugal continental!».

    (Ou será que os espíritos e deidades das florestas terão querido marcar uma posição?)

    Em troca bicuda  de impressões, um passarinho fez-me saber que se vai continuar a invocar a intercessão divina (S. Bárbara, S. Gualberto e S. Francisco de Assis, entre outros, estrão disponíveis), em todos os templos de devoção, porque os interesses instalados no terreno não dão folgas (os mandantes sabem-no bem).

    Das malhas que o império tece se fez paulatinamente a cama da Sr.ª Dr.ª Constança que, já bastante combalida e chamuscada, nela se deitou, de bom grado, como num altar de sacrifício.

    Bons sonhos e que siga a dança!

 

Iluminai os donos do poder e do dinheiro para que não caiam no pecado da indiferença, amem o bem comum, promovam os fracos e cuidem deste mundo que habitamos.

Parte de uma oração proposta pelo Papa Francisco, na encíclica Laudato Si, toda ela dedicada ao ambiente (sabiam?).

 

cartoon1780.gif

                                                                                    (Culpada!... Não culpada!....

                                                                                     Culpada!... Não culpada!...), adaptação 

 

 

17
Out17

Preito 2

Jorge

In memoria dos concidadãos que morreram em incêndios florestais, neste país.

 

Há mil e uma formas de consumar a vida, sempre incerta.

Há mil e uma maneiras de a morte, sempre certa, nos consumir.

Não está certo que a morte, abusando das suas prerrogativas incertas, imole vidas pelo fogo.

RIP.png

 

16
Out17

Cenas do País Tetragonal (XXXII)

Jorge

Sou reformado (já sei fazer a diferença entre reformados e pensionistas, depois de leitura incansável de prospetos eleitorais, de data recente) e terei 2 aumentos da reforma, em 2018.

Obrigado, obrigado, obrigado!

Por acaso, conto-me entre os cidadãos anónimos que acham que o sistema de reformas estará a cumprir assim-assim, apesar dos alarmes dos prosélitos de reformas estruturais que acham que o sistema deveria funcionar assim-assado, com cortes, que a reforma da atual conjuntura económica não resiste sem tirar aos mais fracos e sem altas compensações aos mais fortes, avessos a compartilhar, argumentam.

 

Em 2018, acho que vou pagar menos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, estranhamente conhecido por IRS, uma coima que abrange democraticamente os cidadãos nacionais sem artes para fugir a tão desditosa derrama.

Obrigado, obrigado, obrigado!

Por acaso, faço parte dum vasto número (ao que suponho) de cidadãos anónimos que acham que não se perdia nada que o IRS fosse encurtado ainda mais, tantos os tributos, os emolumentos, as taxas e taxinhas que já oneram os consumos que forçosamente favorecem o lado dos que reinam nisto. Outrossim, não desconheço que muitos outros cidadãos defendem o agravamento generalizado dos escalões, para assim ficar garantida uma reforma de que a conjuntura económica urge, não vão os sempiternos credores do país queixar-se que a malta gosta de cervejas e de tangas, argumentam.

 

(E sobre o IMI, não vai ter uma reduçãozita?)

 

Em 2018, terei de abster-me do consumo de produtos alimentares conservados em teores elevados de cloreto de sódio, enquanto vou procurar fugir a tabaquismos e correlativos (fumados ou não em recessos de balneários), para além de continuar a abster-me de bebidas açucaradas, assim poupo e presto, em simultâneo, homenagem aos mandantes que se preocupam tanto com a minha saúde.

Obrigado, obrigado, obrigado!

Por outro lado, começo a ficar preocupado com esta escalada paternalista dos mandantes no campo das opções alimentares. Já viram se eles se põem a taxar o pão, o arroz, as massas, os frangos de aviários, os gelados pré-fabricados, a comida de plástico e os bifes com o argumento que fazem mal à saúde e causam obesidade cuja regeneração custa balúrdios? O que vai comer o Zé Povinho?! Parece que esta questão não merece grandes reparos aos apologistas das grandes reformas estruturais, pois são detentores de apetites e sabores mais refinados...

 

Pessoalmente preferia que os nossos mandantes atacassem a inflação onde se cevam a bel-prazer os preços dos bens de todas as necessidades, em qualquer momento e em qualquer lugar (é paradigmático o caso dos preços das gasolineiras que engrossam, com a queda do crude).Uma cura de emagrecimento de preços até podia ficar barata, mas, é impensável remar contra a maré da tessitura económica, certo?

Que não faltem, ao menos, os saldos, as rebaixas, as campanhas de descontos, as promoções e os sorteios, para minorar os efeitos da dita cuja...

Obrigado, obrigado, obrigado!

IRS, cartoon Peanuts.jpg

                                    Querido IRS

                                      Escrevo-te a pedir o cancelamento da minha subscrição.

                                               Por favor, apaga o meu endereço da tua lista de contactos.

 

 

06
Out17

BESIGUE dois

Jorge

Excelentíssimo Senhor

Do Jornal «Publico»

 

Publicou o jornal dirigido por Vexa uma série de artigos de fundo sobre racismo em Portugal, tema polémico que exigiu a mobilização de vastos recursos.

Confesso a Vexa que não li as 3 primeiras partes, portanto, sobre elas não me pronuncio. Quanta à 4ª parte, atrevo-me a tecer algumas considerações.

Em primeiro lugar, estão lá registados factos pontuais que merecem reparo da parte de pessoas entrevistadas:

 . A insignificante % de pessoas negras que tiram cursos superiores, em Portugal; fraca é também a sua representatividade em altos cargos altos de empresas, de serviços públicos e da governação do país.

. A existência de «escolas malditas», frequentadas por número significativo de alunos negros

. A indiferença dada por manuais às lutas de libertação da maioria dos PALOP, deslustrando-se assim todas as revoltas que desembocaram na independência daqueles países.

. A desconfiança de colegas e profes, quando são averbadas classificações altas a alunos negros

. A colocação metódica de alunos negros no «fundo da sala» da aula, sendo que a aula era dada para os alunos da frente.

A ser assim, penso que Vexa concordará comigo que tais evidências são muito inquietantes, a exigir reparação imediata.

Em segundo lugar, outras são avançadas constatações, de âmbito social, altamente gravosas:

. O encaminhamento sistemático de discentes negros (80%) para as vias vocacionais do ensino secundário (os CEF, do básico, não são referidos).

. A preferência sistemática por brancos (tomadas por brancos decisores), em compita com negros por estágios ou postos de trabalho.

. A imanência do «racismo institucionalizado» (dos alunos negros os profes pouco esperam em termos de grandes performances escolares e os alunos acabam por dar satisfação à desconfiança).

. A instituição escolar de Portugal produz exclusão.

. Portugal é um Estado racial, que não racista, sendo que a Escola reforça o privilégio branco.

Penso que Vexa concordará comigo que ficam aqui evidências inquietantes a exigir reparação.

A ser assim, penso que Vexa concordará comigo que tais evidências são muito inquietantes, a exigir medidas corretivas, no curto prazo.

Em terceiro lugar, o artigo deixa, também ele, sugestões:

. Que sejam publicadas estatísticas relativas ao Ensino em Portugal, com uma matriz étnico-racial.

. Que sejam criadas, em diferentes sectores sociais, quotas de raça, como as há de género e poderá haver de classe.

.Que seja eficazmente implementado e sem subterfúgios o Plano Nacional do Sucesso Escolar (visa a redução sistémica de «negas»).

. Que o projeto-piloto «Autonomia e Flexibilidade Curricular» traga novos caminhos pedagógicos e percursos didáticos eficazes contra a discriminação.

.Que as portas das instituições superiores se abram definitivamente aos negros.

Penso que Vexa concordará comigo que se faz caminho ao andar, que a apatia não cura.

Em quarto lugar, permita Vexa que meta aqui umas buchas da minha lavra:

. Na época dita das Descobertas e séculos posteriores Portugal chegou a ser o principal país fomentador do indigno tráfico de pessoas de África (assim o determinava o desenvolvimento capitalista da época).

. Também é verdade que o colonialismo ficou instilado na alma das gentes deste país. Mas, tenho para mim que o estigma da superioridade, seja étnica, racial, ou cultural (artigo de fé, em épocas anteriores) se tem vindo a esbater, sendo verdade que as gerações mais recentes se borrifam bastante para isso.

. Soube dum estudo recente que os portugueses se encontram entre os mais tolerantes do mundo, em termos de prática religiosa, tão marcante na atualidade (em contradita, outras investigações põem os portugueses no pelotão dos comandantes da pragada do racismo na Europa, para meu espanto) e isso já é bom.

. Se nenhum ser humano merece passar fome, da mesma forma ninguém merece viver em bairros degradados (viu-se isto acontecer em França, a muitos homens e mulheres idos desta ocidental praia lusitana e só lhe chamaram chauvinistas aos franceses).

.Que eu saiba, raça humana (com origem em África, precisamente!) há uma e a discriminação pela tonalidade da tez é tão só um pretexto atávico de manter privilégios (a combater, sem dúvida), ou demonstrar que se sente a falta deles.

. São os grandes beneficiários do sistema social instalado aqui e em muitos países e lugares que criam ostracismos (enquanto se vê a árvore, esquece-se a floresta), mantidos até mais não para perpetuação de desigualdades tidas por irrevogáveis.

. A Escola, saída do 25 de Abril, apesar das suas limitações, tem-se mostrado empenhada na inclusão, na cidadania e na multiculturalidade e nela são visíveis sinais de aceitação das diferenças que figuram no seu espaço de atuação (lamento dizer que a Escola ainda favorece o sucesso dos filhos dos mais abençoados do sistema).

. É redutor enfocar o racismo (a combater, sem dúvidas), numa perspetiva de passa-culpas e apontar a soluções menores.

Posto isto, permita Vexa que, no que respeita a esta 4ª parte do dossiê, eu ache que os objetivos são tão só parcialmente atingidos.

PS1 – Fernando Pessoa garantia que o povo português é, essencialmente, cosmopolita; que um português foi sempre tudo (apesar de tantos deslizes, a evitar).

PS2 – Não me canso de repetir quanto me satisfez a resposta dada por aquele cidadão negro, durante uma discussão acalorada, a que assisti. Instado a dar corda aos sapatos e pôr-se ao fresco (vai para a tua terra!), respondeu de pronto: «mas eu nasci cá!»...

PS3 – Episódio duma série policial: um senhor queria muito mal a uma senhora, pelo facto da empresa para a qual ela trabalhava querer abarbatar-se com a água de aquíferos e rios, no país de origem do cavalheiro; acusado de a matar (não foi), disse aos investigadores que ela bem mereceu desaparecer, porque os recursos são de todos; alguém, então, lhe perguntou se ainda não tinha reparado que toda a sociedade atualmente funciona assim...

Besigue dois.jpg

- Há estrangeiros na tua escola?

- Não, na minha escola só há meninos e meninas.

 

 

06
Out17

BESIGUE um

Jorge

     Excelentíssimo Senhor

    Presidente da Caixa Geral de Aposentações

 

      Permita que lhe tome algum do seu tempo, para que objetive um pedido que julgo Vexa atenderá, originado na exigência feita pela Caixa Geral de Depósitos (vulgo CGD, ou Caixa, ainda mais vulgarmente) de me cobrar taxa de manutenção todos os meses, à conta de uma conta que lá tenho e através da qual recebo a minha pensão.

      Durante largos anos fui funcionário público, período em que tentei dar conta do recado: fiz um percurso profissional limpo, durante o qual não me lembro de ter defraudado o Estado, tão pouco tirei vantagens do exercício das funções desempenhadas e nunca pus os amigos à frente do interesse coletivo. Também é verdade que nunca fui indigitado para cargos destacados, daí nunca ter recebido louvores, medalhas ou comendas, mas o meu cadastro está imaculado e mostro-o a quem o queira compulsar (se entretanto descobrir o seu paradeiro), numa palavra, cumpri com lealdade as funções desempenhadas.

     Neste tempo todo, saiba Vexa que sempre tive conta aberta na Caixa, o banco do Estado (nos tempos que correm todos os bancos parecem ser filhos, pródigos ou não, do Estado). Sempre estive convencido que, em caso de bancarrota, uma indemnização está garantida. Agora confesso que nunca me passou pela cabeça ter de alinhar em qualquer resgate, pois sempre me limitava a levantar soldos da conta e dava-me por contente em constatar que a administração da Caixa publicava regularmente as contas certinhas nos jornais. Mas, diz-se que os tempos mudaram, que os depositantes são tidos e achados para o bem e para o mal e contra isso, batatas! Vexa permitirá por certo o plebeísmo.

       Domino muito mal as operações bancárias, as jogadas parabancárias, seja da alta ou da baixa finança (nota-se à légua, não?).Talvez por isso nunca me tenha dado conta que os depósitos e as contas bancárias não dispensam a manutenção da ordem. No tempo em que as notas e os metais preciosos eram guardados em armazéns ou caixas fortes, na minha ignorância, ainda consigo admitir que precisassem de limpeza adequada, não fossem aquelas mercadorias corromper-se ou, mesmo, perder brilho. Cria eu que as modernas tecnologias dispensassem a mundícia de valores, metidos em bites, ou coisa que o valha! (permita a gíria). Se isto é para mim surpreendente, mais me espanta a dimensão da barrela, pois há muitos maduros como eu (passe, outra vez o jargão) que serão obrigados a acudir à aflição temporária da Caixa.

      Se, por acaso Vexa teve a bondade de me acompanhar até aqui, permita outro desabafo: se os depósitos nos bancos precisam de manutenência, à conta de que critério estarão as administrações dos bancos, nomeadamente a da CGD, a reduzir o número de bancários?

     Aqui chegados, permita Vexa que concretize o meu pedido: vou fechar a minha conta na Caixa (não vou bater à porta doutro banco, pois me parecem que todos bebem água da mesma fonte). Assim, desejo que me seja facilitado o levantamento da pensão diretamente aos balcões da CGA. Ou então numa Loja do Cidadão, ou mesmo junto da SS, em dinheiro vivo. Um vale dos CTT (cheque avalizado deve ter alcavalas associadas, portanto não) também serve!

     Vivo atualmente bem longe da sede da Caixa, mas isso não constitui dificuldade, pois conheço aqui uns maduros que me dariam boleia até à capital, o que seria duplamente bom: primeiro porque não gosto de flanar por aí, em busca de uma agência da CGD que esteja aberta ao público; em segundo lugar, teria as vistas da capital sempre em dia.

     Entretanto, conto proceder a buscas na Net, a ver se consigo um colchão capaz de guardar eficazmente os meus valores. É tão certo ter sucesso, quanto as contas bancárias precisarem de manutenção (o espírito inventivo dos mandantes nunca foi coisa por aí além!).

    Tomo por certo que Vexa acederá amavelmente ao meu intento, pelo que me quedo expetante, mas convicto, apesar de tudo, que a sua resposta satisfará o desejo aqui expresso, na volta do correio.

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Só pode ser um banco!

 

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