Valores de conjuntura
A pandemia desvalorizou a produção de bens regularmente disponibilizada na troca global de bens, mas a procura dos mesmos não se atrofiou - sobreviver é preciso – e logo encareceram automaticamente os bens disponibilizados aos consumidores nos mercados globais, regionais e locais e disso se deram conta os média!
Este fenómeno repetitivo, avaliado em qualquer breve manual, seja de comércio, de economia, ou de finanças, dá pelo nome de inflação (muitas vezes resvala para a especulação). A dita joga nos mercados com um pau de 2 bicos: dum lado tende a desvalorizar os capitais da maioria da população que não sabe dedilhar os cordelinhos da fortuna, do outro valoriza os da minoria possidente, barricada em condomínios fechados, não vá o diabo tecê-las!
A guerra na Ucrânia contribuiu para menor circulação global de bens de consumo do quotidiano (a produção de armas, um bem de saída escassa, essa aumentou). Ora, se a procura não definha, mais uma vez os preços da venda de bens e serviços, nos mercados globais, regionais e locais trepam, automaticamente, ou por aí!
A dita inflação - um indexante promotor também da demonetização – não se faz rogada também nesta situação e automaticamente desequilibra os mecanismos de troca, lixando sobretudo o pessoal dos fundilhos das pirâmides sociais, que os do topo estão ali para as encomendas (prontos inclusive para uma boa jogada especulativa), é dos livros!
Em momento algum, os empresários que operam nos mais diversos mercados se podem dar ao luxo de abdicar do reforço dos lucros, o que poderia representar a morte do artista, que a competição é fera. A redução das margens de lucro dos negócios, numa situação de crise contrairia os sãos princípios morais, culturais e sociais que vivificam o mundo dos negócios dos países e com isso não se brinca!
Os períodos de instabilidade económico-social são excelentes oportunidades de conseguir maiores proventos nos negócios legais (nos paralelos o êxito é sempre mais espaventoso): as empresas mais aptas, os bancos mais hábeis, as bancas mais capazes buscam sempre novas vantagens, a qualidade da tessitura económica da Terra não tolera comiserações, temos pena!
Para alguns observadores da realidade atual, os indesejados aumentos e logo o agravamento das condições de sobrevivência duma maioria sociológica beneficiam mais os agentes económicos que vendem matérias-primas e fontes de energia, por conta da escassez das extrações; para outros, os transportadores e distribuidores é que ficam com a melhor parte, porque de quem parte e reparte e não fica com a melhor parte muito há que se lhe diga; para outros ainda os governantes são verdadeiramente os maus da fita, por não usarem o poder delegado e abrir mão de taxas, taxinhas e impostos generalistas, ora bem, que até assim teriam uma oportunidade de ouro para somar mais intenções de votos, que ir aos bolsos dos possidentes era brincar com o destino do país (mais rico é o país que vê o quantitativo de milionários em progressão)!
A malta que dá o litro é que não tem hipóteses de fugir aos encargos advenientes da depreciação dos seus rendimentos; do seu papel social ainda não faz parte a tomada de decisões determinantes, tão pouco tem direito à reposição automática dos seus meios de sobrevivência (em luta pela manutenção do nível e qualidade de vida), vale-lhe protestos intermináveis por proventos melhorados, na praça pública!
Acrescente-se que, os preços que vão para a frente, raramente voltam atrás (só na altura de promoções, ou por aí), o que não sei se consta de forma transparente dos livros da especialidade!
Em tempos em que havia moral, todos comiam por igual - ‘tá nos livros - e isso já se deu, há muito, sobretudo por estas latitudes!
PS1 – Há um programa do Governo deste país para ajudar os arrendatários a fazer face a dificuldades com o pagamento de rendas de habitações. Será que todos os arrendatários deste país têm contrato legal, posto em letra de forma, para que possam movimentar-se com precisão nos caminhos sinuosos das repartições do Estado?... Certo é que haverá muitos candidatos já previstos…
PS2 – Está em execução um plano do Governo deste país que prevê a isenção da taxa mais baixa de IVA, 6%, na fatura de 46 produtos alimentares. E não se poderia ter optado antes pela fixação de preços máximos – com o beneplácito da EU, naturalmente -, a aplicar em transações daqueles produtos em grandes superfícies, lojas de proximidade, de conveniência, mercados, feiras, etc., sendo que as operações seriam sempre acompanhadas de fatura demonstrativa da troca? Certo é que haverá muitos candidatos já previstos…
- É-me difícil dar-lhe um valor ajustado da minha empresa. O que vale mais, 1 milhão de acionistas, ou 1 milhão de seguidores no Twitter?