Breves e variegadas
Breves e variegadas I
1 – Será que o patrão sabia?
Um jornalista grego foi detido por ter revelado os nomes de uma lista de cidadãos com contas bancárias na Suíça. Os suíços estão a perder qualidades… Venham cá apelidar de roscofes outros paraísos fiscais! Quanto à detenção, o que tem de ser tem muita força...
2 – A lógica do sistema
Um casal no desemprego vive numa carrinha. Nisto, uma repórter aparece por ali e os 2 dizem que estão desempregados, que a filha ficou em casa de pessoas de confiança e que precisam de emprego. Porque raio fui em lembrar-me do futebolista que disse que não se importava que o seu clube o vendesse?!
3 – Poucas vendas
A senhora jornalista foi mandada entrevistar empregadores e empregados de estações do Metro que já estão pelos olhos com as greves. Que perdem muito dinheiro, que não são pagas as horas de relax dos ferroviários grevistas. E não se podem exterminar? (as greves, pois…)
4 – Agora vão no carro de S. Francisco?
Os mandantes preparavam-se para vender empresas públicas de transportes terrestres e ferroviários e correlativos. Foi quando se soube que a maioria delas está a levar uma chimbalau dos antigos: muitos clientes deslocam-se a butes ou ficam em casa. Entornou-se o caldo e os promitentes candidatos à compra mandam agora aguentar os cavalos.
5 – Candidatos a ir desta para melhor
Um senhor de provecta idade, ministro no país do Sol nascente disse a quem o quis ouvir que os custos dos tratamentos que prolongam a vida a pessoas com doenças sem recuperação são desnecessários e penalizadores da economia do país (o sakê não é para aqui chamado). Quem conhece aquelas latitudes pode puxar pelo bestunto e chegar a uma interpretação verosímil da tirada. Agora, fiquei alarmado com o número de adeptos desta solução final cá na terrinha…
6 – Isto não é solução…
As pessoas simples são convidadas a participar - com a sua opinião - em debates públicos. Vá-se a ver, mal são desligados os microfones, não sobra nada para os programas noticiosos. Ao invés, basta que um famoso debite um monossílabo, se constipe, ou seja molestado para ser notícia sucessiva em espaços informativos. Será isto ostracismo social? (A talhe de foice, inenarrável é o mínimo que se pode dizer de uma bravata dirimida entre um senhor de bigodes e uma senhora com um buquê de hortaliças, atiçada pelos apresentantes de um programa de grande audiência).
7 – Saudosismo
Os juízes e advogados usam balandraus, saias, se quiserem; os mesários balandrau usam, os catedráticos e outros também. Os toureiros, os festeiros, o pessoal do folclorismo usam berloques e adereços esquisitos. Tá visto, há gente que resiste…
8 – Pedigree
Um senhor de muitos cabedais disse que era cachorrice atacar (bem parecia que há falta de guarda-costas por aí) quem tem mais dinheiro e sucesso, mais valia falar dos que não os conseguem. Palavras não eram ditas, e logo se operou autêntica revolução nas redações dos média: é um ver-se-te-avias de jornalistas nos bairros degradados, debaixo das pontes, nos bairros populares e da pequena e média burguesia.