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oitentaeoitosim

06
Set13

A falar a gente se entende

Jorge

A

- Quando partes de férias?

- Depois de amanhã.

- Vai toda a família?

- Sim, cão, gato e periquito, inclusive.

- Vão para onde?

- Para a Polinésia francesa?

- Quem fica a tomar conta dos negócios?

- Estarei sempre em contacto com o meu administrador principal que é fiel a 100%.

- Quem fica a tomar conta da moradia?

- Uma empresa privada que me dá garantias a 100%.

- Por quanto tempo por lá ficam?

- No mínimo, 1 mês, tudo dependerá da ambiência e da entourage.

- Os colaboradores das suas empresas não recebem, para cima de 4 meses.

- No Natal deverá haver liquidez. Conto com um perdão fiscal para bem fazer.

- Os colaboradores das suas empresas têm estômago de ferro.

- Um posto de trabalho dá estatuto.

- Muitos deles já declararam insolvência.

- Se lhes dou batatinhas, só eu que vou lá parar.

- Fossem eles felizes, mais lucrava você.

- Eu comi o pão que o diabo amassou, a vida faz-se a pulso.

- A felicidade de poucos conta sempre com a infelicidade de muitos.

- Palavras santas, eu não diria melhor!

(Por ali se ficou a conversa que o avião particular estava ávido de tomar o pulso ao ar.)

 

B

 

- É desejável que os valores das pensões de reforma do setor privado convirjam com os do sector público.

- Como assim?

- A média das pensões de reforma do sector privado é mais baixa.

- Como assim?

- Os regimes de descontos são díspares.

- Como assim?

- Por uma questão de inércia, são muitas as dissonâncias vindas do passado.

- Como assim?

- Nivela-se e acaba-se a conversa, vai tudo raso e a raso, correspondendo assim à maioria das expetativas criadas.

- Portanto, os valores das pensões de reformas do sector privado vão subir?

- Não está previsto tal cenário.

- Portanto, os valores das pensões de reforma do sector público vão baixar.

- É o cenário que está previsto.

- Portanto, o nivelamento é pela base?

- É o cenário que está previsto.

- Portanto, nada obsta a que em breve haja nova baixa dos valores das pensões de reforma do sector privado.

- A descida do IRC promete a remissão.

- Então, os valores das pensões do sector público da economia voltam a decair.

- A consolidação dos lucros das empresas promete a salvação.

- Até quando, até onde?

- O céu é o limite.

(Para minorar os efeitos colaterais as tevês vão criar mais 10 programas de romarias, beijinhos, música de bombar e sorteios.)

C

- Vamos fazer briefigns.

- Que rica ideia!

- Briefings diários.

- Que rica ideia!

- O país precisa de saber como arrumamos a casa.

- Que rica ideia!

- A verdade será sempre apresentada sob um manto diáfano.

- Que rica ideia!

- Haverá momentos on the record e outros off the record, como se faz nos países mais finos.

- Que rica ideia!

- Aos comandos estará alguém com queda para a coisa.

- Que rica ideia!

-Temos todos direito à verdade, ou perde-se a batalha da independência nacional.

- Que rica ideia!

 - Se a coisa descambar, acaba-se logo a brincadeira.

- Que rica ideia!

 (Os briefings acabaram, porque o Homem-dos-7-Instrumentos se mostrou renitente em sobraçar a pasta!)

 

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