Apostilha 3
Um instituto privado de ensino superior internacional que também conta com contributos lusos assegura que a economia portuguesa perderá uma maquia calculada, num mínimo de 200 milhões, caso não descubra na Suécia o caminho para o campeonato do mundo do futebol. Em caso de vitória ou empate o selecionado segue em frente, em caso de derrota fica em casa, a partir de hoje, dia 19/11/2013. Com uma exceção, todos os quotidianos de referência nas bancas abordam o evento com grande expetativa, com fervor patriótico até. No meio deste arrazoado, misturado de rábula social, o senhor selecionador faz questão de lembrar que futebol é diversão, festa mesmo (e negócio, desculpe lá), «jogaremos para ganhar e isso é o que nos interessa» (até nos mercados assim é). Aproveitou para acrescentar que um jogo de futebol, por mais decisivo que seja, não é drama, nem tragédia (às vezes as reações rescendem a autêntica comédia de costumes ou a drama satírico). As palavras do senhor Paulo Bento não têm o condão de esconjurar medusas, minotauros, grifos, hidras, ciclopes, harpias, górgonas, centauros, ogres, zumbis, cérberos, colossos, sereias, sátiros, hipocampos e quimeras, todas essas entidades abelhudas que criaram o dramalhão em que estamos metidos. Têm o condão de pôr as coisas no seu lugar…