Apostilha 5
O bendito OE14 andou nas bocas do mundo desde maio deste ano. O senhor PM e outros ministros foram questionados sobre o assunto durante muitos meses - mesmo durante o período da «irreversível» crise política da qual o governo se recompôs por interpostas vontades – e fecharam-se sempre em copas. Aos poucos-e-poucos, a imprensa revelou a gravidade e extensão da calamidade anunciada (o veneno serve-se às pequenas doses) e o Zé Povinho depressivo ficou, perante a eficácia do discurso da inevitabilidade de tantos cortes que exigiram estudos profundos. Sem grandes folgas (só para as elites) chegou a proposta de OE14, servida com pompa e circunstância no final de um conselho de ministros que nunca-mais-acabava. Aprovado na AR, poucos dias depois o PM mostra-se folgazão e disponível a discutir especificidades do OE14, umas minudências, com os parceiros sociais. Ficou contentinho o PM e o senhor Silva, aos parceiros sociais do patronato não cabiam um feijão no rabo, trombudos só se viam os parceiros que representavam trabalhadores e até ver…Também o triunvirato do protetorado ficou embasbacado, é tão bonito o desvelo posto no diálogo entre partes…