Apostilha 9
Um clérigo e monsenhor de Braga coloca a hipótese de exportação de hóstias. O projeto vale o que vale e releva da qualidade do pão produzido no país. Por que só agora surge a ideia, há menor consumo interno de hóstias? É uma hipótese plausível. Mas, atrevo-me a pensar que este ilustrado membro da igreja católica caseira queira dar a sua bênção à política expansionista da economia do país, baseada em exportações salvadoras, aliás uma ideia querida de muitos dos apaniguados da doutrina social católica. Não há por onde achar menos louvável a iniciativa missionária, até porque não falta farinha nem água, as matérias-primas indispensáveis e o know-how é sobejamente reconhecido nestas bandas; o mercado potencial é vasto, não faltam crentes por esse mundo fora. Espera-se que este novo ramo de bens transacionáveis não seja taxado (quem lida com a imaterialidade não pode ser incomodado por vis quesitos materiais), à saída do país e que nos países de chegada seja promovida a publicidade pelas entidades estatais de cá. Já agora, não se pode também exportar pão ázimo?