Apostilha 14
Há uma geração de estudantes do superior deste país (não isenta de atitudes néscias e desmandos) à qual foram permitidas práticas académicas insipidamente dignas (estilo queima-das-fitas), a par de outras, menos toleradas, as quais buliram com a paz podre do regime da outra senhora.
Há memória da ousadia de ações na praça pública levadas a cabo por associações e estudantes (veja-se as crises académicas de 1962 e 1969), em prol dos direitos dos estudantes e da população em geral, as quais não calaram fundo à mesma velha senhora.
Nesse tempo, (também de capa e batina), a essas ações, estava reservado um de dois destinos: ou cediam à nascença, de morte matada, ou feneciam de morta macaca.
Em tempos atuais mais liberais, mais hedonistas porventura, com progenitores mais mimados, os estudos dos rebentos são forçosamente acompanhados de saborosas tranches de diversão, de forma a obviar queixas de almas jovens censuradas.
Quanto a laurear a pevide, muitas são as opções, das quais retenho três: primeira, convívio franco; segunda, noitadas, com copos, rock and roll, sexo e adjuvantes; terceira, praxes.
O pessoal teso (desta massa se curtem os gladiadores vencedores) grama à brava emoções fortes e dá preferência a cenas conotadas com militarismo serôdio e medievo, com uns pozinhos de militantismo deletério, a evocar uma qualquer revolução cultural.
Que é para mostrar à malta nova os cantos da academia e a vida lá fora, pois claro, por isso recorre-se à farronca e à estroinice, atributos exigidos cada vez mais a quem pretende dirigir a banda e não vê-la passar.
O fado é que induca e o vinho é que instrói, hic!
Atualmente há muitos ex-caloiros e ex-caloiras orgulhoso(a)s das praxes académicas, que o(a)s preparou para a vida, mais que a família, o credo, os amigos, a militância nas claques, nos grupos informais de bullying…
Nos tempos atuais, isto é política e por falar nisso faz-se muita política dentro de faculdade e institutos. É lá que os jotinhas ganham viço e estaleca nas associações de estudantes, nas comissões abertas de festas disto-e-daquilo, nos comités maçónicos das praxes e mais não digo.
Malta do superior, que tal uma mudança de práxis? Podiam dedicar-se às tunas, ao teatro, à rádio, por exemplo.
Caso daí não retirem a satisfação ambicionada, resta a alternativa da pesca (já foi pior, já!)...