Em Batatívia 3
. Os quadros pintados pelo senhor Miró e que caíram nos braços do estado português e dos seus mandantes de turno, depois da benemérita intervenção no BPN (feita segundo os cânones da ciência económica dominante), já foram vendidos?
. O nosso primeiro quer mais criancinhas. Um apelo que de Gaulle não enjeitaria. Mas, presume-se que terá escolhido mal a oportunidade. Vida como a de agora não chega a netos, ouve-se por aí…
. Consta que os senhores e senhoras que mandam nos partidos (os do voltarete?) são muito cioso(a)s dos seus valores, raramente dão o braço a torcer e não dão grandes abébias, por isso o país está como está. Disso se queixou o provedor-mor da terra. Fizessem eles marcha atrás e o terrunho colava-se ao pelotão da frente, em 2 tempos. Vai sendo difícil ser prior da freguesia!...
. Comenta-se à boca pequena e à boca grande que certos políticos se servem dos tachos no setor público, para abicharem, mais tarde, bons postos no privado, esse mesmo, o que põe a terra a andar. Não se percebe a verrina. As leis da vida fixadas pelo mercado livre não enjeitam a situação e essa é que conta. Se a inveja fosse tinha, haveria muitos mais carecas!...
. Representantes da nação já não queriam os bustos dos presidentes do «estado novo» (em mau estado), numa exposição pública acertada para a casa da democracia. Consta que, dois dias antes, os ditos mandatários do povo - de passagem pelo local que acolheria a exposição -, ter-se-ão dado conta de um fedor típico doutros tempos, provindo daquelas estátuas.
(Outra testemunha ocular jura que os bustos fizeram caretas,piretes e narazes, pelas costas.)
Receando uma contaminação generalizada, propuseram os mandatados que o certame fosse inaugurado, pelas calendas gregas. Levaram sopa e por expiação, foram exibidos a trinchar croquetes e pastéis de bacalhau, no dia aprazado!
(«Cansei-me de tentar o teu segredo. (…) Por noites de pavor, cheio de medo» - escreveu um ilustre poeta.)
. Há uma dívida que tomou o freio entre dentes, há muito tempo. Por causa da dita cuja são devidos juros a dar com um pau. Vieram os entendidos na matéria e disseram de sua justiça: os detentores da dívida e dos juros não gostam que lhes façam chegar a mostarda ao nariz, podiam marinhar pelas paredes fora e aí o pessoal levava pela medida grande. Portanto, nada de agitar as águas, que a nação pode não recompor-se de novo naufrágio (até disso são capazes os credores anónimos, alapados no poder global). Entretanto sobreveio a bronca do BES; ministros compraram indulgências, de baraço ao pescoço; o nosso primeiro, apontado de recetador, deu o bacalhau a um senhor muito bem-educado, mas que tem sido acusado de trampolinices; a governança promete uma rebaixa nos tributos, em troca de votos, é um fartar vilanagem! Que fizeram os harpagões? Nem fum nem funeta, sossegadinhos que nem ratos! Não é mesmo de cabo de esquadra?!…
. O SMN (salário mínimo nacional) terá aumentado de 485 para 505 euros, mais 20 euros que certos jornalistas mostraram à saciedade que dão para comprar isto e mais aquilo. Entretanto, até parece que alguns dos contemplados com tal benesse podem mudar de escalão de IRS e a carteira encolhe. Depois há a fiscalidade verde que tem estado a limar os dentes para atacar. Também a beneficente inflação promoverá mais aumentos de preços, da luz, da água, do gaz, do pão, das peúgas e das trusses. A dissimulação no seu melhor, dar com uma mão e retirar com duas…
(O direito consuetudinário hodierno consagra que recebe mais quem mais tem. Os outros que se aguentem à bronca, ou ponham a mão num tesouro. Em qualquer lado…)