Gerontes
A velhos ainda poucos chegam, mas de velho ninguém passa.
Provérbio
Neste país há já bastantes pessoas idosas, tendência que se tem reforçado em décadas recentes, a traduzir progresso social.
Infelizmente a covid-19, na morte, privilegia anciãos e anciãs, estas em menor número, o que faz alguma espécie a muita boa gente, mas certo é que quem nasce mulher conta com maior esperança de vida, vivem mais, em média.
(Doutras interpretações decorre que isso se deve antes ao facto de os homens trabalharem mais, os trabalhos mais perigosos são tarefas para os varões, muitas mulheres ainda se quedam por casa a cuidar dos filhos, correm menos perigos, ora pois, não nos venham com essa laracha que a conjugação genética é mais favorável para as senhoras de origem!)
Agora sabe-se que uma parcela das mortes impostas pela covid-19 a pessoas da terceira idade deram-se em lares clandestinos, estão a ver 35 0000 a viver em estabelecimentos destes, presume-se que, às vezes, em condições de bradar aos céus, reúnem mais condições para infeções.
Pergunta: os familiares sabiam das condições destas instituições de acolhimento de idosos?
Outra: o Estado não sabia, não exigia, ou não vai cobrar a estas instituições?
(Parece haver lares da terceira idade, reconhecidos e até subsidiados, a funcionarem fora dos regulamentos.)
Os complexos de culpa são tramados!
Inadmissível pensam as boas almas, temos pena, são derramadas lágrimas pelos velhotes mortos, pelos funcionários infetados, mas aceita-se que ainda não seja a altura de exigir responsabilidades a quem de direito, é tempo de cuidar de quem se acha no legítimo direito de continuara a viver por muitos e bons anos, além de enterrar os mortos.
O látego abater-se-á depois, ou pôr-se-á uma pedra sobre o assunto?
A velhos ditosos poucos chegam.