Implicância
No chão estava um saco de plástico sujo.
Pareceu-me que ali jazia, há muito, por indiferença.
Apanhei-o e dirigi-me ao contentor mais próximo.
Estou na iminência de introduzir a coisa no dito cujo.
Nisto, alguém, em alta grita, atira uma série de impropérios.
Cabrão, estúpido imprestável, analfabruto de merda!
Viro-me na direção da voz alterada
E logo fico a saber que os Insultos a mim se destinavam.
Alguém, que acabara de se plantar à minha frente,
Gesticulava com cenho reprovador.
Aí fez-se luz no meu espírito, eureka!
Não é que me preparava para introduzir a peça,
No contentor azul, dos papéis, que distração!
Onde se metera o meu sentido cívico, caramba?!
Mas, ferido meu brio, não me fiquei:
Mandei a gentil senhora aquela parte, assunto arrumado