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oitentaeoitosim

08
Abr17

PÁGINA dois I

Jorge

1 – «As células de Henrietta Lacks (depois de morta) renderam milhões de dólares, mas a família nunca soube de nada. Até ao dia em que, no ano de 1973, a suspeita de uma cura para o cancro levar um grupo de geneticistas à procura dos descendentes de Henriquetta Lacks. Ao tomar conhecimento, a família tentou obter uma compensação financeira. Hoje, a família detém parte dos direitos de exploração das células, mas nunca foram recompensados financeiramente pelos várias décadas de investigação que permitiram salvar milhares de vidas»

A esta senhora afroamericana foi diagnosticado um cancro, a partir de células enviadas a um investigador dum renomado hospital dos EUA. Tais células revelaram uma capacidade de reprodução fenomenal; foram (e ainda são) transacionadas e usadas em muitas pesquisas, nomeadamente para a produção duma vacina contra a poliomielite. Espetacular o contributo dado à ciência e à manutenção de muitos humanos com mais saúde. Choca a comparticipação nos lucros por parte dos seus descendentes diretos? Por mim estou chocado por nunca ter ouvido falar da senhora Henrietta. Muito gosto!

 

2 – Cerca de 200 civis terão morrido em Mossul, no Iraque, na sequência de bombardeamentos norteamericanos. A coligação internacional liderada pelos Estados Unidos está a investigar o caso. As Nações Unidas manifestaram ‘grande preocupação com a terrível perda de vidas’(provavelmente terá sido produzido um comentário similar por conta do mais recente ataque com gases tóxicos, por aquelas bandas).

Nos tempos que correm, fazem-se muitas guerras, muitas batalhas, muitos ataques. As razões invocadas são mais que muitas e são mais ou menos aceitáveis, consoante quem empunha as armas que se vendem como pãezinhos quentes. Depois os média falam do assunto – olhem que na Síria já morreram quase 350 mil pessoasa! - e a gente sente pena, sobretudo se estamos a milhas mil do epicentro. Um dia, alguém se atreveu a dizer que a guerra é uma púrpura debaixo da qual se oculta o homicídio (legal, ora pois). Também está mais ou menos convencionado que o dinheiro é o nervo da guerra. E contra isso, batatas!

 

3 - «O (jornal) El País escreveu um artigo sobre a desigualdade entre homens e mulheres em Portugal, quando se trata de voltar a casar. Isto porque a lei portuguesa determina que os homens podem casar novamente 180 dias após o divórcio. No caso das mulheres não é bem assim, apenas 300 dias depois de se divorciarem.

Pronto há desigualdade na lei civil, incompreensível (não terá sido gralha da Casa da Imprensa?), que as leis religiosas não sei se dão oportunidade a recasar. Agora parece que as bancadas parlamentares já corrigiram o erro, ou então se preparam para tal. Em período de expansão económica, não se aceita que este país desregulamente assim a constituição das células/empresas-base da sociedade...

 

4 - «O Governo chinês (?) quer proteger as suas crianças das influências do estrangeiro e elegeu como novo inimigo os livros infantis que chegam do exterior, que segundo um grupo de livreiros, vai começar a ser limitado. As autoridades de Pequim estão a preparar uma ordem pela qual será reduzido ‘drasticamente o número de contos infantis estrangeiros publicados no país’, segundo disseram várias fontes do setor editorial ao diário independente de Hong Kong South China Morning Post».

 Segundo parece, a medida visa proteger a produção dos autores chineses de literatura infantil e isso é bom, não é? Haverá algum mal em refrear influências estrangeiras junto das criancinhas da China? Onde está escrito que para as crianças da China crescerem sãs e livres devam ter acesso a estórias da carochinha importadas da estranja? Qualquer país digno desse nome tem a sua própria política cultural e educativa que não é ditada de fora, não é? Além do mais não estou a ver que os autores estrangeiros sejam os agentes mais indicados para explicarem às criancinhas (e aos adultos, já agora), mesmo que sob forma de lenda de encantar, essa maravilha dum país governado por um partido de vanguarda proclamar que ser rico é glorioso...

 

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(O Príncipe Encantado namorava Branca de Neve, Bela Adormecida e Cinderela. Ele sempre viveu feliz, até que se deixou apanhar.)

 

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