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oitentaeoitosim

31
Ago16

Trinta e um de boca II

Jorge

 

A – Ainda há conflitos bélicos que se eternizam, outros mais recentes que causam elevadas baixas, mas são os atentados mais atuais que provocam grande agitação nos média.

Em tempos de guerras não formalmente declaradas, é inadmissível que seja vertido sangue humano. Mais inadmissível é quando, sem declaração formal de abertura de hostilidades, estalam conflitos em que são atingidos cidadãos de países com largas reservas de armas e/ou detentores de largas inovações nos vastos domínios armamentistas. Aí, os média desfazem-se em manchetes horripilantes. Com toda a razão! Mais discretas são as notícias e reportagens de chacinas e carnificinas perpetradas noutras paragens. Olhos que não veem, coração que não sente... Quando surge uma reportagem, ou uma foto enternecedora, cai uma lágrima do canto do olho. Como diz um amigalhaço cá dos meus, dispusessem os países mais pobrezinhos (os mais atingidos por atrocidades) de órgãos de informação mais capazes e outro galo cantaria... Logo, fica afastada a hipótese que as vidas do Ocidente, grande investidor em armas - o decoro e a moral vigente – valham mais que as restantes...

B – Fez manchete em jornais a constatação de que «os mais pobres são os mais doentes».

Não conheço as tiradas todas do Sr. de La Palisse, mas acho que ele não se atreveria a tanto... Está na cara: Se o disfrute de bens e serviços está na razão direta do quinhão de mais-valias detido, naturalmente que a plebe não tem muito poder de compra e lá terá de suportar melhor ou pior com as dores tipificadas. Isto é tão certo quanto é verdade que as farmacêuticas apostam mais em novos remédios destinados a doenças que atinjam mais cidadãos de países desenvolvidos. É assim a lógica do mercado. Estão a imaginar uma parangona assim: «Os abonados estão mais imunes aos efeitos nefastos das catástrofes naturais»? Cabe lá na cabeça de alguém que isto possa ser minimamente sustentável? O dito senhor coraria de vergonha...

C - Presos arriscam vida para salvar guarda prisional.

É suposto que prisioneiros não morram de amores por um qualquer guarda prisional cuja profissão é mantê-los encafuados na choça. Desde que entram, até que chegue a hora de se porem ao fresco, seja pelo gozo de liberdade condicional, seja por licença temporária, seja pelo cumprimento total da pena. Pois bem, um grupo de pessoas privadas das suas liberdades por razões que não vêm ao caso pôs-se a gritar a plenos pulmões, assim que se apercebeu que o seu guardião de turno estava a passar por uma mau bocado. Por acaso o guarda prisional estava a ser acometido de um ataque cardíaco. À conta da barulhada, podiam ter levado que contar, umas cacetadas, um balázio até, quem sabe? Estavam avisadas que não podiam armar confusão fosse a que pretexto fosse. O guarda safou-se.

D – Os Jogos Olímpicos decorreram bem, na cidade do Rio de Janeiro, contrariando temores inicias, pouco fundamentados, pelos vistos.

Os JO que ainda não albergam todas as competições existentes por esse mundo fora. É um facto incontestável (quando se imporá o «lobby» do hóquei em patins?)! Ficaram atribuídas muitas medalhas (as medalhas dos desportos coletivos não contam uma-a-uma para o medalheiro do respetivo país, porquê?). Foram batidos muitos recorde (os técnicos também não deveriam ser agraciados?). Foram anunciados muitos ídolos (esperemos que nenhum tenha pés de barro). A minha coroa de louros vai para aquela família de um treinador alemão, de canoagem. O senhor morreu de forma imprevista durante os JO. Todavia, foi permitido que o seu coração, o seu fígado e os seus rins continuassem a garantir a vida de outros 4 seres humanos ignotos. Vae victis (ai dos vencidos, da vida, pois!)  

mick-stevens-another-nice-guy-this-place-is-lousy-

«Mais um gajo porreiro... já chateia um lugar assim com tantos gajos porreiros!»

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